12 correspondências foram interceptadas desde o início da semana.
Ainda não se sabe qual seria o papel do suspeito preso no caso.
Um suspeito de ligação com o caso dos pacotes-bomba enviados a diferentes políticos e personalidades ligados ao Partido Democrata nos Estados Unidos foi preso nesta sexta-feira (26).
Fontes de segurança disseram à agência Reuters e às redes CNN e NBC que ele foi preso no sul do estado da Flórida, onde o FBI, a polícia federal americana, fez buscas mais cedo.
Ainda não se sabe qual seria o papel do suspeito preso no caso.
Segundo a CNN, o suspeito é um homem de 56 anos de nome Cesar Sayoc que mora na Flórida e tem histórico criminal. A emissora exibiu imagens do local da prisão em que a polícia apareceu apreendendo uma van.
O presidente Donald Trump elogiou a rapidez das autoridades na captura do suspeito, e voltou a dizer que a violência política não deve ter lugar nos Estados Unidos.
Mais cedo, também nesta sexta, mais dois pacotes semelhantes aos anteriores foram encontrados: um na Flórida endereçado ao senador democrata Cory Booker, e outro em Nova York, com o nome de James Clapper, ex-Diretor de Inteligência Nacional do governo Obama, e endereçado à sede da rede CNN na cidade.
Fontes de segurança já haviam dito que acreditavam que alguns dos pacotes foram enviados de um posto na Flórida.
As buscas se concentraram em uma agência da cidade de Opa-locka, perto de Miami. Nenhum dos 12 pacotes-bomba encontrados chegou a explodir.
Operação em Nova York
O pacote recuperado nesta sexta em Nova York foi achado em uma agência que fica no cruzamento da 8ª Avenida com a 52ª Rua, em Manhattan.
A polícia retirou o objeto em segurança e disse que o pacote era similar com os anteriores.
A correspondência tinha o nome de James Clapper, ex-Diretor de Inteligência Nacional do governo Obama.
Em entrevista à CNN, Clapper afirmou que ele e a mulher não estavam em casa e que estão muito preocupados com os vizinhos, que estão tomando conta das suas correspondências.
“Então, em certo sentido, é um alívio, mas não é uma surpresa.
Isso é definitivamente terrorismo doméstico.
Não há dúvida sobre isso em minha mente”, afirmou.
Esse foi o segundo pacote interceptado com o endereço da sede da CNN em Nova York.
Na última quarta, o prédio em que ficam os estúdios da emissora, o Time Warner Center, foi esvaziado após a descoberta de um pacote-bomba com o nome de John Brennan, ex-diretor da CIA.
Os pacotes encontrados anteriormente foram endereçados para as seguintes pessoas:
Joe Biden, ex-vice-presidente do governo de Barack Obama (dois pacotes foram endereçados em seu nome)
Robert De Niro, ator e produtor
Barack Obama, ex-presidente
Hillary Clinton, ex-secretária de Estado
John Brennan, ex-diretor da CIA, cujo nome estava em pacote mandado para a CNN
Eric Holder, ex-secretário de Justiça (o pacote não chegou ao seu endereço e retornou ao endereço de Debbie Wasserman-Schultz na Flórida)
Maxine Waters, deputada democrata da Califórnia (dois pacotes foram enviados em seu nome)
George Soros, investidor (caso ocorrido na segunda-feira)
Segundo o FBI, os pacotes têm dispositivos com potencial destrutivo, mas não especificou o conteúdo.
Eles foram enviados para o laboratório da instituição em Quantico, na Virgínia.
Na manhã desta quinta, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, foi questionado se os dispositivos realmente foram montados de maneira que poderiam explodir.
“São bombas capazes de detonar.
Isso foi estabelecido.
Elas não detonaram”, respondeu.
Um especialista ouvido pela agência Reuters, Anthony Roman, afirmou que os dispositivos são extremamente amadores e que provavelmente foram construídos a partir de instruções da internet.
Mas disse que mesmo assim, se detonadas, poderiam ferir gravemente e matar.
Casos anteriores de terrorismo pelo correio indicam que a investigação pode demorar para chegar a uma conclusão.
Fonte: G1