Localizadas na avenida Adhemar de Barros na orla de Salvador, três esculturas chamam a atenção de todos que passam por lá e já se tornaram ponto de referência para os moradores da cidade e turistas, as Gordinhas de Ondina, como são carinhosamente conhecidas se destacam no meio da avenida de grande movimento de carros e pessoas, por suas formas arredondadas pouco convencionais nesse tipo de arte.
A maioria das esculturas que reproduzem o corpo humano, possuem corpos “sarados”, o sexo masculino é sempre representado pelos músculos bem definidos e o feminino pelo corpo magro, exemplos são as esculturas renascentistas. Não é por acaso, que quando se fala de corpos de pessoas que parecem terem sido esculpidos, logo esses padrões vêem em nossa mente.
Nelas Tudo é diferente, tamanho, cor, textura. nem nas posições elas se repetem.
Em comum, mesmo, só as formas arredondadas, braços, pernas, bochechas cheios de curvas e volume.
E é assim, do barro, que nascem as famosas gordinhas da artista plástica Eliana Kértsz.
Mas as Gordinhas de Ondina são diferentes, feitas de bronze essas “moças” de corpos sinuosos pesam cerca de uma tonelada e nos observam a uma altura de mais de três metros.
Gordas, volumosas, rechonchudas, essas são as características das esculturas feitas pela artista plástica baiana Eliana Kertéz.
Todas as suas criações são mulheres gordas, fugindo totalmente dos padrões de corpo e beleza estabelecidos atualmente na nossa sociedade, esse trabalho já ganhou notoriedade na classe artística do Brasil.
Apesar dos soteropolitanos conviverem com as estátuas há muito tempo, poucos conhecem o significado delas e nome de cada uma daquelas simpáticas e charmosas gordinhas que parecem flutuar num balé estático de corpos volumosos e suaves ao mesmo tempo.
As Meninas do Brasil, título de uma música composta por Moraes Moreira e Fausto Nilo, batizou o projeto exposto no bairro de Ondina que através das três esculturas representa as raças formadoras do povo brasileiro, a negra, a branca e a índia.
As esculturas estão voltadas cada uma para a sua terra de origem, Damiana representa os negros, Mariana, homenageia os brancos a terceira é Catarina, e representa a comunidade indígena que ajudou formar o povo brasileiro.
Juntas, as três formam as Meninas do Brasil.
Sempre que tem comemorações como carnaval, ano novo e campanhas em prol de causas importantes, elas são vestidas de acordo.
No carnaval são enfeitadas com motivos carnavalescos e ficam lindas.
Em setembro estiveram vestidas em prol da Campanha Setembro Amarelo.
E agora estão apoiando a campanha do Outubro Rosa.
“Acho que tem muito haver com a minha cidade.
Acho que a Bahia é gorda na topografia, nos gestos, na grandeza e o povo que é muito generoso.”
Eliana Kértsz.
Uma homenagem com um poema de autoria de Mel Glitter
Sou feita de gostosura, sou absoluta e senhora de mim!
Não aceito criticas, conceitos tolos ou qualquer outra coisa assim!
Não nasci pra ser rotulada, muito menos pra te agradar!
Não to nem aí pra quem fizer cara feia ou querer me questionar!
Fora das medidas estão as pessoas mesquinhas que nasceram pra criticar!
Eu vou vivendo a minha vida e nada vai me derrubar!
Sou gordinha sim, aprendi a conviver bem com isso.
Afinal, não tenho pacto com a magreza e com a fome, nenhum compromisso!
Além do mais, minha auto-estima vai além da balança!
Meu poder de sedução não está no meu peso mas na minha confiança!
E se querem saber, quem me julga é quem se incomoda comigo!
Ocupa-se de seu tempo a criticar-me a cuidar do próprio umbigo!
Me amo da cabeça aos pés é inevitável que eu cause rebuliço!
E se acaso morrer de amores por mim, não foi por falta de aviso!