Contam as tradições apostólicas que Simão Pedro, já idoso, deixou a velha cidade de Roma, ante a perseguição desencadeada pelo Imperador.
Quando se aproximava da saída da cidade, observou uma grande luz que vinha em sua direção.
Colocou a mão sobre os olhos, como a protegê-los, tentando descobrir o que era.
Seria uma estrela caída dos céus?
Um mensageiro de Deus, talvez, andando pelas estradas do mundo?
Quando a luz se aproximou o suficiente, ele pôde observar os contornos de uma figura humana.
Bastou uma olhada rápida, para cair de joelhos e exclamar:
Mestre!
Ele acabara de reconhecer Jesus.
Mas o peregrino não parou.
Passou por ele e continuou o seu caminho.
Então, o velho pescador perguntou, como desejando deter aquela figura querida perto de si:
Senhor, aonde vais?
Voltou-se Jesus e Pedro pôde lhe registrar o olhar de tristeza que lhe tomava a face.
Vou a Roma, Pedro, para estar com o meu rebanho.
Foi o suficiente para que Pedro se erguesse, sacudisse o pó da estrada e retornasse a Roma.
Ele era o líder e não podia, naquele momento doloroso abandonar os seus irmãos.
A atitude de Pedro nos leva a reflexionar a respeito do nosso próprio proceder.
Por vezes, quando nos apercebemos da riqueza que são os ensinos de Jesus, desejamos nos isolar do mundo.
É como se planejássemos subir a uma grande montanha, buscando a quietude a fim de crescer em sabedoria.
Pensamos em como o isolamento nos poderá permitir profundas reflexões a respeito dos ensinos do Mestre.
E, contudo, não foi essa a lição que Jesus nos deixou.
Enquanto viveu na Terra, esteve com os miseráveis, os enfermos, os necessitados de toda ordem.
A Sua recomendação foi a de ir ao encontro da dor para amenizá-la, das feridas para curá-las.
É no contato com os homens que aprendemos a dominar os tigres que se agitam dentro de nós.
É nas lutas de cada dia que adquirimos o poder de abandonar a casca do homem velho, de uma vez para sempre.
No meio das multidões famintas, é que podemos realizar os milagres que só o amor promove.
Ali, em contato com as grandezas e misérias do próximo, encontramos forças para as nossas próprias misérias e descobrimos as nossas forças íntimas mais profundas.
Transformemo-nos para o bem o quanto possamos.
Vistamo-nos das reais virtudes, que florescem aos poucos.
Aprendamos a servir.
Esse é o verdadeiro caminho dos que pretendem seguir Jesus.
Gandhi, o líder religioso da Índia, serviu a Jesus através de uma vida útil e laboriosa.
Lincoln, Presidente dos Estados Unidos, serviu a Jesus através de suas renúncias, coragem e lutas, servindo ao povo.
Madre Teresa de Calcutá, dedicada à vida religiosa, transformou a sua vida em holocausto para que outras vidas tivessem vida.
Pensemos nisso e sigamos Jesus.
Desenvolvamo-nos no amor e espalhemos a luz do Cristo, fazendo-nos felizes.
(Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do cap. 12 do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira)