O sentimento pode gritar desesperadamente por um nome…
Aquele que lhe trará ilusória redenção.
O desejo se contorce, dói, desespera-se, quase morre de querer, abstinência,
incapacidade de se ver livre desse “maligno prazer”.
Sinto-me cordeiro, que se deixou devorar pela serpente mentirosa,
como espinho de veneno que dilacera e mata a rosa.
Mas no amor,
há de ter sempre uma dor, uma gota de sangue, um mar de lágrimas…
Para que a luta seja lembrada, quando a ferida for curada.
Hei de rir, oh meu bom Deus, no futuro, de minhas dores eternas de agora.
Hei de rir tanto quanto tenho chorado.
Hei de rir por finalmente posto fim
a essa angustiante jornada de renascer, toda vez que for apunhalada,
toda vez que minha morte emocional for anunciada.
(Anne Oliveira – Lembranças do Avesso de uma Dor)