Assim, pelos olhos, o amor atinge o coração:
Pois os olhos são os espiões do coração.
E vão investigando O que agradaria a este possuir.
E quando entram em pleno acordo.
E, firmes, os três em um só se harmonizam.
Nesse instante nasce o amor perfeito, nasce daquilo que os olhos tornaram bem-vindo ao coração.
O amor não pode nascer nem ter início senão por esse movimento originado do pendor natural.
Pela graça e o comando dos três, e do prazer deles, nasce o amor, cuja clara esperança segue dando conforto aos seus amigos.
Pois, como sabem todos os amantes verdadeiro, o amor é bondade perfeita,
Oriunda – ninguém duvida – do coração e dos olhos.
Os olhos o fazem florescer; o coração o amadurece:
Amor, fruto da semente pelos três plantada.
(Guiraut de Borneilh)