O Pior e o Melhor
Às vezes é preciso passar pelo pior para poder chegar ao melhor.
É preciso viver o mal por um tempo para depois poder chegar ao bem.
É no momento de maior duração da noite que o dia nasce em seguida.
Quem atravessa o túnel precisa chegar na metade do túnel, no ponto de maior escuridão, para só então ver a luz no fundo.
Como dizem os Upanishads:
“Do irreal, conduz-me ao real.
Das trevas, conduz-me à luz.
Da morte, conduz-me à imortalidade”.
É passando pelo momento de maior desespero que nasce a semente da esperança em cada um.
Às vezes uma coisa precisa piorar muito para só depois começar a melhorar, a se reformar, a se desenvolver.
É preciso que a pior tempestade se manifeste sobre nós para que somente depois venha a tranquilidade de uma maré constante e inabalável.
Como disse Jesus: Os últimos serão os primeiros.
Os piores no Reino da terra serão os melhores no reino dos céus.
O mestre dizia que quem passou pelo mais baixo no mundo será o mais alto no reino do infinito.
Isso porque não existe melhora sem piora; não existe ordem sem um caos anterior; não existe vida sem a morte; não existe luz sem que antes seja necessário atravessar as trevas.
“É morrendo que se vive para a vida eterna.”
Todos querem viver eternamente, mas ninguém quer morrer para o transitório.
Todos querem viver na luz, mas não querem passar pela escuridão.
Todos querem ganhar algo maior, mas não aceitam largar algo menor.
Querem tudo, mas não aceitam abrir mão de nada.
É justamente perdendo tudo e passando a não ter nada, que encontramos o ser pleno e universal dentro desse vazio.
Quando não sobra nada é justamente o momento em que podemos reconstruir tudo.
No entanto, quem se prende ao pior, pode não chegar ao melhor.
Quem fica perdido na escuridão da noite pode não ver o dia raiar
.
Quem perde e fica ligado a dor da perda não percebe o que pode ganhar em seguida.
Não tema a escuridão…ela é sua passagem para a luz.
Não tema o mal…é o portal para chegar ao bem.
Não tema o sofrimento…é a purificação necessária para se atingir a pureza e a plenitude do ser.
(Autor: Hugo Lapa)