“Todos parecem buscar um relacionamento agradável, com parceria e companheirismo em relação aos próprios gostos e maneiras de ser.
Entretanto existem alguns impedimentos para que isso ocorra com a maioria da pessoas.
Sejam eles motivos pessoais, sociais ou familiares, o indivíduo se vê cercado de forças, vamos chamar assim, que ele desconhece ou domina muito pouco.
O primeiro obstáculo, mas não necessariamente o mais importante, é a competição entre os pares.
Ela acontece de diversas maneiras, algumas veladas.
Pode ser a diferença de idade que motive a disputa, a diferença financeira também conta muito, a formação profissional e até pessoal, níveis de educação diferentes ou questões de gênero.
Ou seja, são pontos reais e significativos que estão ali, entre os dois, gerando desconfiança, desconforto e insegurança.
Para superar esses percalços, há que se fazer um exame detalhado das nossas intenções na relação.
Sim, somos nós que devemos pensar a respeito do tema que mais nos incomoda, porque jogar a culpa no outro não eliminará a diferença provocante assim tão fácil.
Quais são as minhas intenções nessa relação?
O que espero do outro?
Como me vejo daqui a dois, três anos com essa pessoa?
A partir de um questionamento como esse, é possível avaliar o que vale a pena compreender e aceitar o que vale a pena conversar mais acuradamente para uma possível mudança.
Mas já adianto que a mudança geralmente começa conosco.
O outro é o outro, alguém a ser conhecido aos poucos, com respeito e atenção.
Aliás, nós também.
Não podemos deixar de revisar as nossas relações antes de tudo, torná-las mais acolhedoras, nutritivas e significativas em todos os níveis, pelo menos naqueles que conseguirmos.
Refletir sobre tudo isso é de suma importância para nós, mas também para os que nos copiam.
Escolher viver bem, sem competição, sem mentiras e sem indelicadezas faz de nós pessoas melhores, dignas do reflexo no espelho.
Encher a vida de colaboração, verdade e delicadeza torna tudo mais leve, mais saboroso e divertido.
E tudo isso em boa companhia.”
(Leila de Sousa Aranha)