O Amor Verdadeiro
Conta a lenda que um grande guru indiano estava ensinando o povo de sua época.
Um considerável número de pessoas, homens e mulheres, vinham ouvi-lo e tentar beber um pouco de sua sabedoria.
Um dos presentes disse: Mestre, fala-nos do amor de uma pessoa para outra pessoa!
O sábio respondeu:
– Está bem.
Mas antes cada um de vocês vai pensar na pessoa que mais ama no mundo e explicar por que a ama.
– Eu amo minha namorada porque ela é legal e bonita.
– disse um jovem.
– Eu amo meu marido porque ele me trata muito bem, é um homem maravilhoso.
Disse uma senhora.
– Eu amo meu irmão porque ele é carinhoso e compreensivo comigo.
Disse uma jovem.
– Eu amo meu noivo porque ele é um homem ideal, que eu sempre busquei.
Disse uma moça.
– Eu amo minha mãe porque ela nunca me bateu.
Disse um menino de doze anos.
O sábio ouviu todas as declarações e disse:
– Muito bem.
Você disse que ama sua namorada porque ela é legal e bonita.
Isso quer dizer que quando ela deixar de ser legal com você e quando ela envelhecer e perder a beleza, você vai deixar de ama-la então?
O jovem ficou mudo.
O sábio continuou questionando a todos:
– Você que ama seu marido porque ele te trata muito bem e é maravilho.
Quando se ele começar a te tratar mal e não for mais maravilhoso aos seus olhos, você deixará de ama-lo?
– Você que disse que ama seu irmão porque ele é carinhoso.
Se um dia ele deixar de ser carinhoso, e começar a ser agressivo, você vai deixar de ama-lo?
E você que disse ama-lo porque ele é o homem ideal.
Quando ele não fizer mais o que você julga ser o ideal, fugir desses padrões, você vai deixar de ama-lo?
O sábio foi perguntando uma a uma das pessoas presentes.
Todos ficaram sem fala com as perguntas do mestre.
Ele então propôs uma reflexão:
– O ser humano, na maioria das vezes, é incapaz de amar verdadeiramente, mas ama pela condicionalidade.
Amar pela condicionalidade é estabelecer condições para amar.
“Se você fizer isso, eu não te amo mais.
Se você me desagradar naquilo, não tem mais meu amor”.
Vamos refletir sobre isso…pois o amor verdadeiro não existe dentro de condições; mas sim, ao contrário, existe apenas na inexistência de qualquer condição.
Ninguém precisa de nada para amar.
O amor só é verdadeiro quando ele não requer nem necessita coisa alguma para existir.
Ele simplesmente existe, ele é o que é, pois o amor é um estado de alma para alma, de espírito para espírito, e não de condições para condições estabelecidas.
O sábio concluiu:
– O amor divino nada pergunta, nada exige, nada pede, nada consulta, nada demanda, nada estabelece, nada quer em troca.
Ele apenas existe…ele apenas é.
E por não ter condições e limites, ele é eterno…
(Texto de Hugo Lapa)