O Manoel Pereira, amigo de há muito anos do Chico, contou-nos também vários Lindos Casos e pediu-nos apenas publicássemos este:
Um confrade de S. Paulo foi a Pedro Leopoldo para ver o famoso médium.
Encontra-o numa esquina de rua, no meio de muitos Irmãos do Rio e de Belo Horizonte.
E, abraçando-o, realça-lhe, em altas vozes, os dons mediúnicos, comparando-o com Anjos e Apóstolos.
O Chico ouve-o apiedadamente, complacentemente, chorando por dentro e, numa atitude de quem ora em silêncio para livrar-se do veneno das lisonjas, com a certeza de quem já traduziu o in te descendi dos gregos, respondeu-lhe:
— Eu sou é um verdadeiro sapo, que traz às costas uma vela acesa.
Beneficia-se com a claridade mas, para a possuir, constantemente, tem que sofrer com a cera derretida que lhe cai
sobre a pele, queimando-a, como a lhe recordar de que é preciso andar com cuidado e sem vaidade se quiser chegar ao fim da jornada…
Os irmãos presentes deixaram de rir e entenderam o que seja a tarefa mediúnica a serviço de Jesus.
Observaram mais: que o psicógrafo Pedro Leopoldinense é, de fato, um instrumental mediúnico seguro e humilde, por onde o Pai do Céu nos vem enviando, de forma mais compreensível e inédita, os Ensinos de Seu Filho Amado, Nosso Senhor Jesus Cristo.
E que nem todos os irmãos, esclarecidos pela Terceira Revelação, aprendem com que sacrifício ele, Chico, realiza sua tarefa e quantos esforços faz para se manter de pé, no clima das incompreensões, dentro da luta com as tempestades, os coriscos, os trovões das lisonjas, dos elogios, de todas as experimentações, e conseguir atender aos imperativos sagrados da sua Missão junto ao grande incompreendido e ainda pouco conhecido, que é Jesus.
(Ramiro Gama – Lindos Casos de Chico Xavier)