Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, foi detido por passageiros após assediar uma mulher em um ônibus; há outros 15 casos semelhantes com o mesmo homem
Segundo a tenente Stephanie Cantoia, a vítima tem entre 30 e 40 anos e estava a caminho do trabalho no momento do ataque.
Ela relatou que estava sentada, quando o agressor se posicionou ao seu lado e começou a se tocar nas partes íntimas.
Ela percebeu o que estava acontecendo e tentou levantar, já gritando para pedir ajuda, mas o agressor a segurou enquanto continuava a se masturbar.
Os passageiros detiveram o homem e o seguraram até a chegada da polícia.
A tenente ressaltou que ele não resistiu à prisão e relatou o assédio.
“Disse que tem problemas mentais e precisa de ajuda.
A vítima estava muito abalada, mas quem não ficaria?
Ninguém imagina passar por esse tipo de situação enquanto está indo para o trabalho.”
Insanidade.
O delegado Rogério Nader pediu instauração de incidente de insanidade mental para o agressor.
Ele será levado para a cadeia do 2.º DP e ficará segregado dos demais presos.
“Ele aparenta e disse ter problemas psiquiátricos.
Nesse caso, pelo passado dele e por representar um risco para a sociedade, pedi a prisão.”
Segundo o delegado, se não for acolhido o pedido de incidente de insanidade mental, será solicitada a prisão preventiva.
A vítima deixou a delegacia às 11h40, sem falar com a imprensa.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que Novais foi “preso em flagrante pela Polícia Militar e acusado de estupro consumado”.
Esta é a quarta vez que o suspeito acaba detido por estupro; o homem também já responde por 13 casos de ato obsceno e importunação ofensiva ao pudor, segundo a SSP.
O agressor seria encaminhado a uma audiência de custódia em um prazo de 24 horas.
Novais tem agora 17 passagens semelhantes na polícia, em oito anos.
O seu modus operandi é o mesmo: dentro do ônibus, ele se aproxima da vítima, mostra o pênis e, eventualmente, passa o órgão nela ou ejacula.
O ataque anterior aconteceu na terça.
Novais foi libertado no dia seguinte, em audiência de custódia.
Para o juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto, não havia elementos para enquadrá-lo por estupro.
Amaral entendeu não ter havido violência na ocorrência, posição que contou com a concordância do promotor Márcio Takeshi Nakada.
Essa decisão foi seguida por críticas dos que acreditam que, diante da recorrência da prática, o resultado da audiência poderia ter sido outro que não a liberdade.
Como o Estado mostrou no sábado, a Procuradoria-Geral e o Tribunal de Justiça saíram em defesa da decisão e solicitaram a mudança no enquadramento legal de estupro.
Nova audiência de Custódia de Novais deve ocorrer ainda neste domingo,
Fonte: Estadão
Isabela Palhares, O Estado de S.Paulo