Um dos caminhos para ficar com o cérebro em dia está relacionado ao estilo de vida
Você olha para o rosto de alguém conhecido e, na hora de lembrar o nome, a cabeça é tomada por um constrangedor vazio. Ou, pior: esquece datas ou compromissos importantes. Se você passa por essas saias justas com frequência, talvez seja o momento de cuidar com um pouco mais de carinho da sua memória.
Um dos caminhos para ficar com o cérebro em dia está diretamente relacionado ao estilo de vida. Diferentes estudos já comprovaram que a associação entre uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividades físicas e estímulos permanentes do cérebro — como leitura e o aprendizado de novas atividades — é capaz de reduzir, inclusive, o risco de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Segundo a neurologista da Santa Casa de Porto Alegre Liana Fernandez, cerca de 90% das pessoas que têm Alzheimer não carregam uma alta carga genética que favoreça o aparecimento da doença.
— O que se sabe é que os cuidados com a memória devem começar o mais cedo possível para que se diminuam os riscos de doenças neurodegenerativas na velhice — diz a médica.
José Alves Lara Neto, vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, diz que o grande desafio da medicina hoje é conscientizar os pacientes sobre a importância da prevenção, com o uso mínimo de remédios:
— O maior inimigo da memória é o estresse crônico. Se o cérebro recebe uma sobrecarga de tensão muito grande, seja pela correria do dia a dia ou por doenças como diabetes e hipertensão, o risco de o indivíduo desenvolver problemas de memória é enorme. É preciso tirar esses fatores do caminho.
Nesse contexto, a alimentação vira uma grande aliada da memória. Segundo Gilberti Helena Hübscher, professora de nutrição da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o cérebro produz um alto nível de estresse oxidativo, pois consome cerca de 20% do oxigênio captado pelo ser humano. Por isso, uma alimentação rica em antioxidantes ajuda a manter o corpo e a cabeça funcionando bem.