O resgate permanecerá interrompido por até 24 horas, segundo as autoridades locais.
Ainda há outros oito meninos isolados, além do monitor que os acompanhava.
“Chegou o dia D. Os meninos estão mais do que preparados, física e mentalmente.
Estão decididos (a sair) e sabem como vai se desenrolar a retirada.
Todos vão voltar para casa conosco, não importa o que tenham de enfrentar”, afirmou Narongsak, também governador da província de Chiang Rai, no início de uma entrevista coletiva.
As famílias foram informadas e deram seu consentimento.
As condições eram as melhores possíveis. Depois de uma semana de trabalhos intensos, e de constante aumento do número de máquinas de bombeamento, conseguiu-se extrair água suficiente para que as crianças possam fazer a pé a maior parte do trajeto.
Essa era a principal preocupação em um túnel de quase quatro quilômetros entre o ponto onde se encontravam os treze e a entrada da caverna, extremamente estreito em um trecho.
Nesse túnel morreu sexta-feira um dos mergulhadores voluntários.
É um trajeto perigoso para homens adultos, em forma e experientes.
Muito mais para garotos entre 11 e 16 anos que até segunda-feira tinham ficado nove dias sem comer e que, embora tenham recebido aulas intensivas nos últimos dias, não sabiam nadar quando começou sua odisseia.
Os 13, ressaltou o governador, encontravam-se em bom estado físico e psicológico para enfrentar a jornada.
Mas o que mais pesou na decisão dos responsáveis pela operação de resgate de inicia-la neste momento foi a chegada das chuvas, que poderiam aumentar nos próximos dias.
“O período ideal que tinha sido aberto estava começando a se fechar”, declarou Narongsak.
Caso se esperasse mais tempo, haveria o risco de que o nível da água voltasse a subir e pusesse a perder todo o avanço conseguido até agora.
“Esperamos que chegasse este momento exato para começar a evacuação, quando todos estamos preparados e a segurança dos 13 pode ser 100% garantida”, acrescentou.
Os socorristas podem caminhar da entrada até a câmara número três, a 1.700 metros da ilhota onde se refugiaram os menores.
A água tinha baixado mais de 30 centímetros na quinta-feira, ficando em seu nível mais baixo desde que os meninos desapareceram no interior da caverna.
A saída foi programada para ser feita de maneira escalonada e, se tudo correr bem, continuará ao longo da noite até segunda-feira, pelo menos.
Quando cada garoto chega à saída é examinado por médicos australianos que estão à espera no local.
Uma vez estabilizados, os resgatados serão levados ao hospital provincial de Chiang Rai, a 70 quilômetros dali, onde foi preparada uma ala inteira para eles e suas famílias.
Os sinais de que algo estava sendo preparado tinham começado já durante a madrugada local.
Várias ambulâncias chegaram para reforçar as que já estavam na entrada da caverna.
Mais participantes das operações de resgate entravam e saíam da área.
E a imprensa recebeu a ordem de se transferir do acampamento de operações para um novo centro de trabalho na sede de governo municipal, sem mais informações, apenas a de que mais tarde, em hora não definida, as autoridades dariam uma entrevista coletiva.
Narongsak explicou depois que foi determinada a saída dos jornalistas para dar o maior espaço possível para os veículos e equipes que participam dos trabalhos de resgate.
Os meninos e seu monitor, todos eles membros de um time de futebol local, ficaram bloqueados na caverna em 23 de junho, quando uma forte tempestade a inundou.
Depois de nove dias, mergulhadores britânicos os localizaram na segunda-feira passada.
Desde então, foram estudadas três opções para resgatá-los: mergulhando, através de um túnel perfurado na rocha ou esperando a água baixar o suficiente.
Finalmente, optou-se por uma combinação: reduzir os níveis de água e retirá-los com a ajuda dos mergulhadores, correndo o menor risco possível.
Fonte: EL PAÍS – Sae Mai (Tailândia)