O Ovo de Páscoa é um chocolate em formato de ovo, geralmente oco e recheado com bombons ou prêmios.
Costuma ser envolto por cambiantes papéis laminados, e distribuído como presente aos amigos e crianças nas festividades da Páscoa cristã.
O ovo é símbolo bastante antigo, anterior ao Cristianismo, que representa a fertilidade e o renascimento da vida. Muitos séculos antes do nascimento de Cristo, a troca de ovos no Equinócio da Primavera (21 de Março) era um costume que celebrava o fim do Inverno e o início da primavera.
Para obterem uma boa colheita, os agricultores enterravam ovos nas terras de cultivo.
No auge do período medieval, nobres e reis de condição mais abastada costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com o uso de ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas.
Até que chegássemos ao famoso (e bem mais acessível!) ovo de chocolate, foi necessário o desenvolvimento da culinária e, antes disso, a descoberta do continente americano.
Ao entrarem em contato com os maias e astecas, os espanhóis foram responsáveis pela divulgação desse alimento sagrado no Velho Mundo.
Somente duzentos anos mais tarde, os culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate da História.
Depois disso, a energia desse calórico extrato retirado da semente do cacau também reforçou o ideal de renovação sistematicamente difundido nessa época.
Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada, a cultura pagã de festejo da Primavera foi integrada na Semana Santa.
Os cristãos passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Cristo.
O ovo de chocolate ou ovos de Páscoa, que são uma tradição milenar, passou à ser relacionada ao cristianismo. Costumava-se pintar um ovo oco de galinha de cores bem alegres, pois a Páscoa é uma data festiva que comemora a ressurreição de Jesus Cristo, sendo o ovo um símbolo de nascimento.
Outros povos como os gregos e os egípcios também coloriam ovos de galinha oco, porém, em datas diferentes.
Colorir e decorar ovos é um costume também bastante antigo praticado no Oriente.
Nos países da Europa de Leste, os ortodoxos tornaram-se grandes especialistas em transformar ovos em obras de arte. Da Rússia à Grécia, os ortodoxos costumam pintar os ovos de vermelho.
Já na Alemanha, a cor dominante é o verde.
A tradição é tão forte que a Quinta-feira Santa é conhecida por Quinta-feira Verde.
Na Bulgária, em vez de se esconder os ovos, luta-se com eles na mão.
Há verdadeiras batalhas campais.
Toda a gente tem de carregar um ovo e quem conseguir a proeza de o manter intacto até ao fim será o mais bem sucedido da família até à próxima Páscoa.
Das tradições da Europa Oriental, o hábito passou aos demais países.
Eduardo I de Inglaterra oferecia ovos banhados em ouro aos súditos preferidos.
Luís XIV de França os mandava, pintados e decorados, como presentes.
Isso iniciou a moda de fazê-los artificiais, de madeira, porcelana e metal, contendo alegras surpresas aos presenteados.
Seu sucessor Luís XV presenteou sua amante 33 anos mais jovem, Madame du Barry, com um enorme ovo, o qual continha uma estátua de Cupido.
Essas tradições inspiraram também Peter Carl Fabergé na criação dos famosos e valiosos Ovos Faberg.
Os ovos de chocolate vieram dos Pâtissiers franceses que recheavam ovos de galinha, depois de esvaziados de clara e gema, com chocolate e os pintavam por fora.
Os pais costumavam esconder ovos nos jardins para que as crianças os encontrassem na época da Páscoa.
Com melhores tecnologias, a partir do final do século XIX, se difundiram os ovos totalmente feitos de chocolate, utilizados até hoje.
Números, tamanhos e pesos
A numeração não é padronizada, e segundo o levantamento do IDEC uma mesma marca pode apresentar ovos do mesmo número com gramatura variada.
É possível, por exemplo, encontrar ovos de tamanho 20 de 300 a 350 gramas, uma diferença de 25%.
Ainda, segundo o IDEC, ovos recheados com brinquedos costumam ter menos chocolate que os números equivalentes sem brindes.
O número serve apenas como indicação de tamanho do ovo, mas a espessura pode variar, e mesmo o tamanho não é padronizado – cada marca usa o que melhor lhe convier.
É importante lembrar que o InMetro exige que fabricantes informem nas embalagens o peso líquido (peso do chocolate em si) e bruto (peso total com embalagem e brinde) dos ovos.
A Páscoa no Mundo
Bélgica e França
Nesses países, os sinos das igrejas não tocam entre a Sexta-Feira da Paixão e o Domingo de Páscoa.
Diz a lenda que os sinos voam para Roma até a Páscoa e, no caminho de volta, deixam cair ovos, que as crianças devem encontrar.
As crianças belgas fazem ninhos de palha e os escondem na grama, esperando que o coelho da Páscoa os encha de ovos.
Bulgária
Os búlgaros colorem ovos cozidos na Quinta-Feira Santa, após a missa.
Os pães pascais também são uma tradição muito forte: podem ser pequenos ou grandes, mas sempre decorados.
O pão é chamado “kolache” ou “kozunak”.
Seu sabor é semelhante ao do panetone brasileiro. Um desses pães é especialmente decorado incrustando-se ovos vermelhos nele (sempre em números ímpares) e levado à igreja na madrugada de sábado, para uma sequência de liturgias.
Após esses eventos, os pães e ovos são abençoados e levados de volta para casa.
Com esses alimentos presenteiam-se amigos turcos da família (que se sentem muito honrados e retribuem com dinheiro), os chamados pais espirituais (padrinho e madrinha), pais biológicos e todos os outros parentes e amigos.
Os ovos são quebrados após a missa da meia-noite e durante os próximos dias.
Um dos ovos é quebrado na parede da igreja (e esse é o primeiro ovo a ser comido após o jejum da Quaresma).
Outro ritual, o da quebra de ovos, acontece após o almoço de Páscoa.
Cada pessoa escolhe um ovo e, então, cada um a sua vez, bate seu ovo contra o dos outros.
Aquele que ficar com o seu ovo inteiro por último terá um ano de sorte.
Estados Unidos
A atividade mais comum nos países é a caça ao ovo de Páscoa.
Os ovos cozidos, decorados com tintas, são escondidos e as crianças devem encontrá-los.
Em comunidades menores, as crianças da cidade se reúnem em praças para encontrar os ovos, escondidos por todo lugar.
A Páscoa na Casa Branca, sede do governo norte-americano, reúne pessoas de todo o país.
A tradição vêm do início da década de 1870, quando crianças brincavam, durante a Páscoa, no gramado do Capitólio, em Washington D.C.
Elas levavam seus ovos cozidos e os rolavam na grama para ver quem conseguia mandar o ovo mais longe.
Em 1877, uma lei proibiu a atividade, mas o presidente Rutherford Hayes, em 1878, liberou o gramado sul da Casa Branca para a rolagem de ovos.
Hoje, o evento (gratuito) tem ingressos colocados à disposição de crianças entre 3 e 6 anos, acompanhadas dos pais, que participam de diversas brincadeiras em volta da Casa Branca, até seu momento de rolar ovos no gramado.
México
Nesse país é popular a “malhação de Judas”, o apóstolo que traiu Jesus. Ao meio-dia do Domingo de Páscoa, bonecos representando Judas são socados, enforcados e queimados.
Em algumas cidades, Judas também é representado por uma piñata, um jarro cheio de doces que as crianças devem tentar quebrar, espalhando doces para todos os presentes.
Oriente Médio
A cerimônia do lava-pés é um dos pontos altos da comemoração.
Na Quinta-Feira Santa, os padres convidam mendigos a entrar e lavam seus pés e lhes dão presentes, para lembrar o ato de Jesus Cristo.
Suécia
Os suecos mantêm uma relação extremamente solene com a Semana Santa.
Fazer casamentos e batizados nessa época é considerado inapropriado.
Mas esse quadro, aos poucos, vem mudando: já há alguns anos os cinemas estão abrindo na Sexta-Feira da Paixão. Devido ao clima do país, as palmas do Domingo de Ramos costumam ser substituídas por ramos de salgueiro.
De tão ligada a essa liturgia, a folha de salgueiro ficou conhecida como “palma” pelos suecos.
As tradições pascais da Suécia e de outros países escandinavos lembram muito o Halloween norte-americano.
Na Quinta-Feira Santa ou na véspera da Páscoa, as crianças suecas vestem-se como bruxos e visitam seus vizinhos, deixando um cartão decorado (a “carta de Páscoa”) e esperando receber um doce ou dinheiro em troca.
Esse costume tem origem numa lenda local, que dizia que, durante a Páscoa, a atividade de bruxas e bruxos crescia muito.
A tradição das “cartas” é especialmente difundida no oeste da Suécia, onde também é costume colocar essas cartas nas caixas de correios ou por debaixo das portas sem ser visto.
A identidade de quem enviou o cartão é sempre secreta.
Os suecos também entregam ovos cozidos decorados durante a Páscoa, mas nem de longe tão elaborados como em outros países da Europa.
(Fonte: Wikipédia)