A cantora Ângela Maria morreu no início da madrugada deste domingo (30).
Ela tinha 90 anos e estava internada há cerca de um mês, segundo informou seu marido, Daniel D’Angelo.
A morte da cantora foi anunciada pelo marido, Daniel D’Angelo, na página oficial da cantora no Facebook, na madrugada deste domingo (30).
Segundo o vídeo compartilhado na rede social, a cantora estava há 34 dias internada e sofrendo muito.
O motivo do óbito ainda não foi revelado, mas o velório já foi marcado no Cemitério Congonhas, a partir das 10 horas e o sepultamento às 16h.
Abelim Maria da Cunha, verdadeiro nome de Ângela Maria, nasceu em Macaé, Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1928. Filha de pastor protestante, passou a infância nas cidades fluminenses de Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti, e desde menina cantava em coro de igrejas.
Com 70 anos de carreira, Angela Maria foi uma das cantoras mais importantes do Brasil.
A artista viveu o auge da sua carreira nas décadas de 50 e 60.
O último trabalho feito pela estrela foi Angela Maria e as Canções de Roberto & Erasmo, lançado em 2017.
Foi operária tecelã, mas sonhava com o rádio, embora a família fosse contra a carreira artística.
Por volta de 1947, começou a frequentar programas de calouros.
Apresentou-se no “Pescando Estrelas”, de Arnaldo Amaral, na Rádio Clube do Brasil (hoje Mundial), na “Hora do Pato”, de Jorge Curi, na Rádio Nacional, e no programa de calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi.
Usando o nome de Angela Maria, para não ser descoberta pela família, participou também do “Trem da Alegria”, dirigido pelo “Trio de Osso” – os magérrimos Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli -, na Rádio Nacional.
Nessa época, era inspetora de lâmpadas numa fábrica da General Eletric e, decidindo tentar realmente a carreira de cantora, abandonou a família e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso.
Em 1948 conseguiu lançar-se como crooner no Dancing Avenida, onde impressionou os compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho, que a apresentaram a Gilberto Martins, diretor da Rádio Mayrink Veiga.
Feito o teste, começou carreira na emissora.
Firmando-se a partir de 1950 como intérprete, em 1951 estreou na Victor em disco com “Sou feliz” e “Quando alguém vai embora”.
No ano seguinte, sua gravação do samba “Não tenho você” bateu recordes de venda, marcando o primeiro grande sucesso de sua carreira.
Durante a década de 1950, atuou intensamente no rádio, apresentando-se nas rádios Nacional e Mayrink Veiga, como a estrela de “A Princesa Canta”, nome derivado de seu título de “Princesa do Rádio”, um dos muitos que recebeu em sua carreira.
Em 1954, em concurso popular, tornou-se a “Rainha do Rádio”, e no mesmo ano estreou no cinema, participando do filme “Rua sem sol”, de Alex Viany.
Apelidada “Sapoti” pelo presidente Getúlio Vargas, tornou-se a cantora mais popular do Brasil durante a década de 1950, alcançando os maiores êxitos com os sambas-canções “Fósforo queimado”, “Vida de bailarina”, “Orgulho”, “Ave Maria no morro”, “Lábios de mel” e “Babalu”.
Um de seus grandes êxitos na segunda metade da década de 1960 foi a canção “Gente humilde”.
Em 1975, com 25 anos de carreira, preferia apresentar-se em clubes do interior ou em churrascarias das grandes cidades, ambientes onde, ao contrário da televisão e das boates sofisticadas, sentia mais de perto a reação do povo.
Em 1982 foi lançado o LP Odeon com Angela Maria e Cauby Peixoto, primeiro encontro em disco dos dois intérpretes. Em 1992 apresentou-se com Cauby no show Canta Brasil, com grande sucesso de público, sendo lançado em disco Angela e Cauby ao vivo.
Em 1996, foi contratada pela gravadora Sony Music e lançou o CD “Amigos”, com a participação de vários artistas como Roberto Carlos, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Chico Buarque, entre outros.
O trabalho foi um sucesso, celebrado num espetáculo no Metropolitan (Claro Hall), no Rio de Janeiro, e um especial na Rede Globo.
O disco vendeu mais de 500 mil cópias.