A irmã dele, Nicole, de 10 meses, já havia morrido no acidente no Morra da Boa Esperança, em Niterói.
Corpos das vítimas começaram a ser enterrados neste domingo.
O menino Arthur Caetano Carvalho, de 3 anos, morreu às 13h deste domingo (11), um dia após ser soterrado por deslizamento no Morra da Boa Esperança, em Piratininga, Niterói, Região Metropoliana do Rio. Com a morte, chega a 15 o número de vítimas.
A irmã dele, Nicole, de 10 meses, já havia morrido na tragédia.
Na véspera da tragédia, Arthur e a família festejaram o terceiro aniversário dele.
O óbito foi confirmado pela direção do Hospital Estadual Azevedo Luma, onde ele estava internado.
Segundo o hospital, Arthur apresentou piora de seu quadro clínico e consequente parada cardíaca, com múltipla falência dos órgãos.
Lista de vítimas
Sete da mesma família:
Beatriz Martins Pereira, 18 anos;
Claudiomar Dias Martins, 37 anos;
Géssica Martins Firmino, 15 anos;
Janete Martins Ferreira, 53 anos;
Marcos Antony Martins Aguiar, 9 anos;
Maria Aparecida Martins Viana, 19 anos;
Maria do Carmo, 80 anos.
Crianças irmãs:
Arthur Caetano Carvalho, 3 anos;
Nicole Caetano Carvalho, 10 meses.
Neto e avó:
Kaique da Silva Resende, 1 ano e 2 meses;
Maria Madalena Linhares de Resende, 54 anos;
Casal de namorados:
Alan Ferreira Teles, 29 anos;
Amanda Tomaz da Silva, 30 anos;
Outras vítimas:
Dalvina Martins, 56 anos;
Marta Pereira Romero, 61 anos.
O que se sabe até o momento
. 15 pessoas morreram
. 10 pessoas foram resgatadas com vida.
. Entre elas, há um bebê
. 9 casas habitadas e uma pizzaria foram atingidas pelo deslizamento
. Segundo os bombeiros, uma pedra rolou e atingiu os imóveis
. Os bombeiros foram chamados às 4h13
. Niterói estava em estágio de atenção; chovia desde quarta-feira
Famílias destruídas
Corpos das vítimas da tragédia são enterrados neste domingo no Cemitério do Maruí.
Em uma das capelas, avó e neto foram velados em clima de grande comoção.
Kaíque da Silva Resende, de 1 ano e 10 meses e de Maria Madalena Linhares Resende, de 54 anos, eram moradores de uma das casas atingidas no deslizamento.
Pelo menos cinco pessoas passaram mal na cerimônia.
Em uma outra família, o número de vítimas foi ainda maior: sete parentes morreram no deslizamento.
São eles:
Géssica Martins Firmino, 15 anos; Maria Aparecida Martins Viana, 19; Claudiomar Dias Martins, 37 anos; Janete Martins Ferreira, 53; Marcos Antônio Martins Aguiar, 9; Maria do Carmo, 80; e Beatriz Martins Pereira, 18.
O deslizamento
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 4h13 de sábado.
Dez imóveis, sendo nove residenciais e uma pizzaria, desabaram após deslizamento de um pedaço da encosta.
A Defesa Civil municipal disse que houve a ruptura de um maciço em uma área de preservação ambiental acima da comunidade Boa Esperança.
Choveu bastante na Região Metropolitana desde quarta-feira (7).
O secretário de Defesa Civil, comandante Roberto Robadey, afirma que a cidade estava em estágio de atenção por conta das chuvas dos últimos dias.
“Choveu muito nos últimos dois dias.
Niterói estava em estágio de atenção e alerta de acordo com a área e as comunidades estavam avisadas dessa situação, com recomendação para buscarem locais seguros”, disse à GloboNews.
Rachadura no maçico, diz prefeito
Ainda segundo a Defesa Civil, a região não era diagnosticada como de alto risco geológico dentro do mapeamento de risco do Departamento de Recursos Minerais do Governo do Estado (DRM), que norteia a atuação da Defesa Civil.
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), ratificou que o local não era considerado de alto risco geológico, e que a tragédia foi causada por uma “rachadura no maciço” da encosta.
“Esse fenômeno do dia de hoje não foi deslizamento de encosta.
Na realidade, o que ocorreu foi uma rachadura do maciço de um ponto onde infelizmente ocorreu a tragédia.”
Segundo o presidente da associação de moradores do Morro da Boa Esperança, Claudio dos Santos, alguns imóveis estavam interditados, mas o prefeito nega a informação.
Força-tarefa de resgate
Uma força-tarefa foi montada, desde as primeiras horas da manhã de sábado, para as ações de resgate às vítimas da tragédia.
Cerca de 200 profissionais da Defesa Civil de Niterói, secretarias de Obras, Conservação, Assistência Social, Saúde e Companhia de Limpeza trabalharam de forma integrada com as equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil Estadual no socorro às vítimas.
Agentes da NitTrans e da Guarda Municipal coordenaram o tráfego para acesso à região.
Uma base de apoio foi montada na Escola Municipal Francisco Portugal Neves, em Piratininga, para receber os desabrigados.
A Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos informou que providencia alimentação no local, além de doação de cestas básicas para as famílias que optarem por ficar com familiares e amigos.
Tragédia lembra a do Morro do Bumba
O deslizamento no Morro da Boa Esperança lembra outra tragédia, ocorrida em 7 de abril de 2010, também em Niterói, que marcou todo o estado do Rio de Janeiro.
Um deslizamento de terra matou 48 pessoas ao soterrar centenas de casas no Morro do Bumba, comunidade situada no bairro de Viçoso Jardim.
O principal motivo para a catástrofe foi a construção de casas em um terreno instável, onde no passado havia um lixão.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Niterói, é o primeiro deslizamento desde o caso do Morro do Bumba.
“Desde 2013, a Prefeitura de Niterói investiu mais de R$ 150 milhões em obras de contenção em 50 encostas da cidade”, diz a comunicação da Prefeitura.
Fonte: G1 – Por Cristina Boeckel, G1 Rio