Rogéria foi internada com infecção urinária, mas teve complicações.
A atriz Rogéria, de 74 anos, morreu na noite desta segunda-feira (4) no Rio.
Rogéria se internou no Hospital Unimed Barra, na Zona Oeste do Rio, com um caso de infecção urinária, mas teve uma complicação após uma crise convulsiva.
O Hospital Unimed-Rio informou que a causa da morte de Rogéria foi um choque séptico.
De acordo com a unidade hospitala
No último dia 25 de agosto, a atriz chegou a receber alta da Unidade de Tratamento Intensivo do hospital e foi levada para o quarto.
Em julho, a atriz tinha sido internada por duas semanas em uma clínica em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.
Ela deu entrada na unidade no dia 13 por conta de uma infecção generalizada.
O seu quadro havia piorado depois de uma crise convulsiva.
A expectativa das pessoas, em torno do assunto, era de que ela melhorasse.
No entanto, não foi isso o que aconteceu, como anunciou Sônia Abrão na rede social.
Em julho, a atriz foi internada por duas semanas em uma clínica em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.
Ela deu entrada na unidade no dia 13 por conta de uma infecção generalizada.
Rogéria chegou a ter convulsões antes da morte
A atriz, que marcou diversas gerações, chegou a ter muitas convulsões no período em que ficou internada.
Relembre a carreira de Rogéria, uma das damas da TV e do teatro brasileiro
Rogéria foi uma das primeiras transformistas brasileiras
Nascido Astolfo Barroso Pinto, o mais ilustre filho de Cantagalo, cidade do interior do Rio, já mostrava ser um menino diferente desde pequeno.
Aos três anos de idade, andava pela casa da família com um pedaço de pano fazendo às vezes de cauda de vestido.
O curioso é que tinha horror de bonecas, brincava com os meninos e saía no braço com quem o ameaçasse.
Já na adolescência, com a consciência de sua orientação sexual, bem recebida, inclusive, pela família, Astolfo virou Rogério e, aos 19 anos, já trabalhando como maquiador, embelezou as estrelas da música, teatro e da extinta TV Rio.
Ela começou a carreira ainda no rádio.
O seu talento e irreverência, é claro, logo faria com que a comunicadora também participasse de diversos programas de televisão.
Transformista desde a adolescência, Rogéria começou a carreira como maquiadora na extinta TV Rio, onde cuidou de artistas como Fernanda Montenegro, Irene Ravache, Dalva de Oliveira, Bibi Ferreira, Chico Anysio e Elis Regina. Estreou nos palcos em 1964, no primeiro espetáculo nacional de transexuais e travestis, “Les Girls”, dirigido por João Roberto Kelly.
Tornou-se vedete de Carlos Machado, atuou no teatro e no cinema.
Na televisão, participou de inúmeras séries e novelas ao longo dos anos, como “Tieta”, “Desejos de mulher” e “Paraíso tropical”, além de atuar como jurada em programas de Chacrinha e Luciano Huck.
O surgimento do nome artístico Rogéria
Em entrevistas, Rogéria contou que, desde sempre, sabia que era homossexual e que não foi fácil saber lidar com isso durante boa parte de sua vida.
A consagração do nome artístico veio no concurso de fantasia no Teatro República, em 1964.
Ao ficar com o primeiro lugar, foi apresentada pelo locutor como: “Este é Rogério, o maquiador da TV Rio”.
Mas o público começou a gritar “Rogéria, Rogéria” e, assim, foi batizada com o nome que a deixaria famosa.
Foi por três anos vedete de Carlos Machado, no auge do Teatro de Revista, no fim dos anos 60.
Circulou por Espanha, Inglaterra e França, onde atuou nos mais animados cabarés.
Na televisão, fez as novelas “Tieta” (1989), “Paraíso tropical” (2007), “Duas caras” (2008), “Malhação” (2012), “Lado a lado” (2012) e “Babilônia” (2015).
Além de várias participações em programas de humor como “Sai de baixo”, ” A praça é nossa”, “Zorra total”, “A grande família” e “Toma lá da cá” e vários filmes.
A artista está no grupo de travestis e transexuais retratado no documentário “Divinas divas”, dirigido por Leandra Leal, eleito o melhor filme do mais recente Festival do Rio.
Ano passado, lançou sua biografia “Rogéria – Uma mulher e mais um pouco”.
Considerada a “travesti da família brasileira”, Rogéria dizia nunca ter desejado ser mulher, apenas gostava de se parecer uma.
“Sou Rogéria, com muito orgulho de preservar o Astolfo Barroso Pinto”, afirmava.
Por isso, nunca pensou em ser transgênero.
“Minha mãe, Eloá Barroso, só tinha essa preocupação: que eu quisesse me operar.
Isso nunca me passou pela cabeça.
Pra quê?
Se a tampa da privada estiver abaixada, sento para fazer pipi.
Se não, faço em pé com a maior naturalidade”, disse Rogéria, em entrevista ao Canal Extra, 2013.
Nessa mesma entrevista à revista, a artista falou sobre o medo da morte:
“Só gostaria que ela me avisasse três horas antes.
E que não viesse na forma de caveira, com foice, mas como o fantasminha Pluft.
Eu me arrumaria toda.
Queria ser enterrada num caixão de vidro.
Antes que endurecesse, as bichas me esticariam.
Meu irmão faria a maquiagem.
Na lápide, estaria escrito:
“Aqui jaz a maior estrela do transformismo nacional”.
Muita gente lamentou a perda da famosa e usou as redes sociais para demonstrar o seu luto.
“Muito triste ficar sabendo disso.
Rogéria foi uma mulher que mexeu com a sociedade e foi importante para a causa LGBT, disse um dos seguidores de Sônia Abrão ao falar do assunto.
Em redes sociais, famosos lamentaram a morte da atriz Rogéria nesta segunda-feira (4).
A cantora Valesca Popozuda disse que Rogéria “levava seu humor e seu talento por onde passava”.
“Mas vamos lamentar a morte da grande Rogeria, que levava seu humor e seu talento por onde passava!
Palmas para essa grande artista”, disse a Valesca.
Fonte: Internet/G1