Ela sofria de Mal de Parkison e morreu em decorrência de uma pneumonia.
Morreu em casa às 8h50 deste domingo (10) a atriz Eva Todor, aos 98 anos.
A causa da morte foi pneumonia.
A atriz será cremada, e o velório será realizado na segunda-feira (11), das 9h às 11h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Com mais de 80 anos de carreira no teatro e na TV, Eva sofria de Mal de Parkinson e Alzheimer, além de problemas cardíacos, e vivia reclusa em sua casa, na Zona Sul do Rio.
Seu último trabalho na TV foi na novela “Salve Jorge”, de 2012.
Corpo de Eva Todor será velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Eva estava em internação domiciliar (home care) desde o dia 9 de setembro deste ano.
Antes, a atriz havia sido internada na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio.
Ela era viúva e não tinha filhos.
Carreira
Antes de ganhar as TVs do país, Eva Fódor Nolding brilhou nos palcos.
O teatro chegou à sua vida nos anos 30, a partir de um convite de Mário Nunes, crítico do Jornal do Brasil, para atuar em uma peça com Dulcina de Moraes.
Ela não foi aprovada, mas Mário a convidou para fazer teatro de revista no Teatro Recreio. Nessa época, adotou Todor, uma versão aportuguesada de seu sobrenome.
Com o sucesso, foi convidada para seu primeiro longa-metragem, em 1960, “Os Dois Ladrões”, de Carlos Manga, quando atuou ao lado de Oscarito.
No ano seguinte, estreou na televisão.
Foi contratada pela TV Tupi para estrelar “As Aventuras de Eva” e para participar de “E Nós, Aonde Vamos?”, última novela da autora cubana Glória Magadan escrita no Brasil, em 1970.
Eva fez alguns papéis dramáticos como em “De Olho na Amélia”, de Georges Feydeau, que lhe valeu o Prêmio Molière de melhor atriz, em 1969, mas brilhou mesmo nas comédias, gênero no qual se consagrou.
A atriz estreou na TV Globo como Kiki Blanche, em “Locomotivas” (1977), de Cassiano Gabus Mendes, primeira novela colorida no horário das 19h.
A partir daí, não parou mais, sempre atuando com o que chamava de “gênero Eva”, um humor fino que virou sua marca registrada.
Ela fez “Coração Alado” (1980), “Sétimo Sentido” (1982), “O Outro” (1987), “Top Model” (1989), “Suave Veneno” (1999), “O Cravo e a Rosa” (2000), “América” (2005) e “Caminho das Índias” (2009).
Eva também atuou em minisséries e especiais, como “Brava Gente”, “Você Decide”, “Malhação”, “Hilda Furacão”, “Sob Nova Direção”, “A Diarista” e “Casos e Acasos”.
Sua última aparição na TV foi em 2012, na novela “Salve Jorge”, na qual interpretou Dália.
No mesmo ano, fez uma participação especial em “As Brasileiras”.
Em depoimento ao site Memória Globo, a atriz fez um balanço extremamente positivo da própria carreira:
“Posso ser vaidosa? Pretensiosa?
Avalio minha carreira brilhante: longa, sem tropeços, sem desastre, contínua, respeitada, com prestígio aqui e além-mar”, disse.
“Estive três vezes com a minha companhia, por conta própria, na Europa.
Uma vez eu fiz uma temporada em Lisboa de 11 meses.
Levei minha companhia para a África.
Tudo o que eu tenho, conquistei com teatro e ajudada pela televisão.
Viajei há pouco tempo para a Argentina, e fui numa casa de tango.
Quando entrei, recebi uma salva de palmas – só tinha brasileiro”, continuou.
“Minha vida foi tranquila, limpa, muito transparente em todos os sentidos.
Peço licença para ser pretensiosa, mas podem verificar, podem pesquisar, e vão saber que estou falando a verdade”, destacou Eva.
Da Hungria para o Brasil
Eva era húngara e nasceu em 9 de novembro de 1919, em Budapeste.
Sua mãe era designer de moda e seu pai era comerciante de tecidos finos.
Todos eram muito ligados em arte e, por isso, matricularam a menina, ainda com 4 anos, na Ópera Real da Hungria, onde ela aprendeu a dançar balé clássico.
A família imigrou para o Brasil, fugindo das dificuldades pelas quais passava a Europa pós-guerra.
Aqui, Eva continuou as aulas de balé e aos 9 anos já havia se apresentado em espetáculo de dança solo, acompanhada de um pianista, no Teatro Municipal de São Paulo.
Fonte: G1