É comum ler nos noticiários fartas reportagens envolvendo conflitos familiares, e isso independe da classe social (atingem tanto os pobres quantos os ricos).
No meu consultório, é frequente os pacientes procurarem a TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) – A Terapia do Mentor Espiritual – método terapêutico de autoconhecimento e cura criado por mim para entender seus relacionamentos familiares conturbados.
Mas, por que as relações familiares costumam ser tão complicadas?
É óbvio que existem várias explicações teóricas para esses conflitos.
No entanto, dentro da minha prática clínica – desde 2006 com a terapia regressiva evolutiva -, ao lidar com inúmeros conflitos familiares, pude perceber que a TRE, como uma terapia reencarnacionista, foi o que mais me ajudou a entender e a tratar das disfunções familiares, ou seja, das pessoas que estão em constante desarmonia com suas famílias.
No início de meu trabalho, eu queria entender o porquê dos membros de uma família se darem muito bem, enquanto em outras todos estão sempre em pé-de-guerra, num verdadeiro barril de pólvora.
No meu entender, um grupo familiar é muito mais do que o resultado genético (DNA) da união entre os pais.
Em verdade, existem dois grupos de família: a carnal e a espiritual.
Família carnal (consanguínea): É aquela cujos membros estão juntos apenas por laços carnais (existe pouca ou nenhuma afinidade em conceitos como valores morais, religiosos, crenças, pensamentos ou sentimentos).
É comum que um membro dessa família se sinta um estranho no ninho, sem sentir nenhuma afeição, identificação ou afinidade com a família.
Certa ocasião, uma paciente desabafou comigo dizendo que gostava de seus pais e irmãos, mas não sentia amor por eles, não sentia nenhuma afinidade com aquela família.
Um dia teve um sonho onde apareceram os seus verdadeiros pais que a aconselharam a ter mais paciência com a sua família, pois tanto ela como eles reencarnaram juntos para todos aprenderem suas respectivas lições de vida.
No sonho, a paciente chorava muito dizendo que sentia muita saudade pela ausência deles nessa vida terrena.
Neste aspecto, existe uma segunda família: a família espiritual (é a nossa verdadeira família, de onde viemos do plano espiritual).
É o caso dos pais espirituais que apareceram em sonho à paciente.
Outra paciente me disse que desde criança dizia aos seus pais que eles não eram os seus verdadeiros pais. Estupefatos com a afirmativa da filha chegaram a levá-la a um psiquiatra infantil que não constatou nenhum distúrbio psiquiátrico na menina.
Em verdade, família espiritual é aquela cujos membros têm uma profunda afinidade, afeição, resultado em que estiveram juntos em várias encarnações, e que mantêm reforçados os seus laços de afinidade, mesmo não estando juntos após a morte física.
Por outro lado, no grupo familiar carnal, costuma ocorrer indiferença entre os membros, bem como atritos constantes.
Como dizia o grande médium Chico Xavier: “É nas famílias onde costumam se reunir os inimigos do passado”.
Caso Clínico:
Repulsa pelo pai.
Mulher de 20 anos, solteira.
Veio ao meu consultório por conta de seu relacionamento difícil e truncado com o pai.
Tinha repulsa, não conseguia sentir carinho por ele. Seu pai sempre foi muito autoritário, e, por isso, tinha pavor de receber suas ordens.
Ele queria sempre dominá-la, daí se sentir incomodada pela simples presença dele.
Desta forma, queria entender o porquê de sentir aversão e pavor do pai, principalmente, quando ele lhe dava ordens.
Ao regredir, ela me relatou: “Vejo lustres antigos, uma rua muito antiga…
É uma vida passada.
Está havendo uma rebelião, uma revolta, vejo muita gente correndo, atravessando de um lado para outro.
As pessoas expressam no rosto muito medo…
Agora está chegando uma carruagem, as pessoas estão com medo.
Há uma autoridade dentro dela”. (pausa).
– Você consegue se ver nessa cena? – pergunto-lhe.
“ Estou descalça, sou uma pessoa muito pobre, humilde.
Estou com os cabelos despenteados, visto roupas maltrapilhas, rasgadas.
Sou mulher, meus olhos são puxados, meus cabelos estão sujos, espetados…
Devo ter entre 20 e 25 anos”.
– Prossiga nessa cena – peço-lhe.
“Estou na rua, todos passam fome, necessidades.
A gente está à mercê dessa autoridade que está dentro da carruagem.
Eu me sinto impotente diante dele (pausa).
Agora, me vejo falando muito, esbravejando, querendo colocar para fora essa revolta.
As pessoas se dobram diante dele, mas, eu não, pois me vejo mais ereta, estou em pé.
As pessoas atravessam essa rua com medo, quase rastejando.
Eu não aceito a autoridade dele, embora eu também tenha medo desse homem.
Eu tenho medo de uma agressão física.
Sou valente, apesar de ser mulher, sinto revolta, mas ao mesmo tempo medo e angústia de ser descoberta porque posso morrer se ele me descobrir”.
– Avance mais para frente nessa cena – peço-lhe.
“Esse homem que está dentro da carruagem usa um anelão de ouro, fuma um charuto.
Ele é gordo, veste um sobretudo.
Ele olha para todos de forma irônica e prepotente.
Todos são magros, raquíticos, dobrados.
Sua obesidade contrasta com o povo.
Parece que ele não se compadece com a situação de todos, com a situação de fome e miséria.
Parece que ele quer arrancar mais alguma coisa das pessoas, mas só vai conseguir isso escravizando todos porque bens materiais ninguém têm mais.
É por isso que as pessoas correm com muito medo dele (pausa).
Agora, estou me vendo com as duas mãos amarradas.
Estou sendo arrastada, fui escravizada, estou sendo levada, e esse homem está rindo de mim.
Ele me pegou como bode expiatório.
Estou sendo arrastada, meus pés estão sendo arrastados, minhas costas estão beirando quase o chão.
Minha boca está amordaçada. Vou esbravejando, sinto muita raiva.
Sinto muita raiva!
Eu sinto ódio desse homem, pena que não posso matá-lo! (grita, chorando).
Agora, o vejo mais gordo, ele parece mais gordo ainda, como se o seu poder tivesse aumentado.
Ele dá gargalhadas, fuma dando umas baforadas.
Eu vou sendo arrastada por um longo período de tempo.
Vou perdendo as forças…
Caí num estado de tristeza.
Eu me sinto injustiçada, só queria defender aquela gente (chora intensamente).
Não vejo mais perspectivas.
O sol vai caindo, faz horas que estamos rodando.
Eu continuo sendo arrastada, ele não tem o menor respeito (pausa).
Paramos.
Estou uma morta-viva.
Estou abandonada, nem ele sabe o que vai fazer comigo.
Vejo de longe uma taberna.
Estou muito triste, abandonada de tudo e de todos, e até de Deus.
Sinto revolta de Deus, como ele permite isso?”.
– Prossiga nessa cena e veja o que acontece com você? – peço-lhe.
“Estou aguardando, só me resta chorar, esperá-lo, pois ele está se divertindo na taberna.
Parece que ele e seus capangas estão bebendo, jogando.
Vejo uma mesa de madeira grossa, todos estão ao redor da mesa jogando.
Deve ter umas 10 ou 12 pessoas, só homens.
É uma mesa oval.
Estou quase perdendo os sentidos.
Alguém lhe pergunta o que fazer comigo?
Ele responde: – Deixa-a lá! (pausa).
Agora, apagou tudo, vejo tudo escuro, não vejo mais aquele homem.
Acho que eu morri…
Estou em espírito num lugar escuro, não estou mais amarrada, mas estou muito triste, como se não tivesse mais nada no mundo, como se tivesse perdido tudo.
Estou longe das pessoas amadas…
Estou deitada em posição fetal, no chão.
Já não tenho aquela aparência maltrapilha.
Tem um foco de luz dourada em cima de mim.
Sinto que alguém me socorreu, esta luz é o meu mentor espiritual que me traz conforto, sinto-me bem agora.
Agora, estou em pé com os dois braços abertos.
Através das palmas das minhas mãos recebo a energia do universo.
Estou emocionada, pois o meu mentor espiritual começa a clarear intensamente em minha frente.
Não é uma luz que ofusca, mas é muito terna, calorosa.
Sinto a sua presença que está recompondo o meu campo energético.
É como se ele me encorajasse, estivesse me preparando para outra reencarnação (pausa).
Estou de joelhos, agradecendo-lhe, numa postura muito humilde, eu o reverencio; sinto essa comunhão, me sinto agraciada pela sua presença.
Recebo mentalmente suas instruções – ele me diz que aquele senhor gordo é o meu pai dessa vida atual, e que eu preciso me reconciliar com ele, que a lição a aprender na encarnação atual é exercer o amor na relação com ele.
Tenho dúvidas se o que o meu mentor espiritual me propõe posso cumprir, mas aceito com muita humildade.
Ele diz que trago para a vida atual muitas mágoas de meu pai.
Diz ainda que preciso perdoá-lo, que o meu pai é um espírito atormentado, e que hoje – na vida atual – está muito mais aprisionado do que eu.
Afirma que eu já tenho condições de sair dessa sintonia negativa com ele, e que o meu caminho é de luz, que é para eu seguir adiante, não importa o que aconteceu no passado (pausa).
Sinto agora uma sensação de que eu posso ter paz, e que esta será a verdadeira cura para as minhas feridas.
Afirma ainda que tenho todas as condições de tocar esse processo de renovação e de transformação interna”.
No final dessa sessão de regressão, a paciente estava bastante emocionada e me agradeceu por esse contato ímpar com o seu mentor espiritual, bem como por ter compreendido a origem de seu problema de relacionamento com o pai.
Ela passou por mais quatro sessões de regressão e, no final do tratamento, disse-me que a repulsa e o pavor que sentia pelo pai haviam desaparecido.
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Créditos: Dr.Osvaldo Shimoda
E-mail: osvaldo.shimoda@uol.com.br