Entender a vida em sua plenitude é algo bastante complexo, pois a enxergamos através da “fresta de uma fechadura”.
No entanto, as pessoas racionais, cartesianas, materialistas, querem entendê-la de uma forma lógica, racional como se ela fosse uma ciência exata.
Reconheço que era uma dessas pessoas, pois como psicólogo de formação, fui treinado na Universidade a buscar respostas lógicas para a causa dos problemas que afligem o ser humano, procurando ajudá-lo em seu processo de autoconhecimento e mudança interna.
Os anos de estudos acadêmicos me tornaram um ser humano mais sofisticado intelectualmente, porém, “emburreci” espiritualmente, pois assuntos ligados à espiritualidade, como reencarnação, vidas passadas, carma, evolução espiritual, plano espiritual de luz (astral superior) e das trevas (astral inferior), obsessão espiritual, mediunidade, comunicação com os espíritos, etc., não faziam parte da grade de ensino do curso de psicologia (aliás, ainda hoje).
Os professores justificavam que eram assuntos considerados de âmbito religioso, portanto, não científico, sem comprovação científica, pertinentes à religião.
Assim, me tornei um psicólogo “científico”, “racional”, “lógico”, me sentia autossuficiente, não tinha consciência de minha arrogância, presunção em relação à vida.
Após ter me especializado em psicanálise e análise transacional, desqualificava as crenças religiosas de meus pacientes, adotando uma postura de “apóstolo da ciência” que combatia as superstições, as fraquezas e a ignorância do ser humano.
Mas a vida acabou me curvando, pois suas vicissitudes me levaram a entrar numa profunda crise existencial, obrigando-me a descer do pedestal e rever os meus pensamentos, crenças, valores e preconceitos.
Sabemos que a evolução humana se dá por dois caminhos: pela dor ou amor e, como a maioria dos seres humanos, escolhi o caminho da dor.
Na condição de ser espiritual em evolução, passando temporariamente por uma experiência terrena, como aprendiz no processo evolutivo, hoje me considero “professor” e “aluno” em relação aos meus pacientes, pois na TRE (Terapia
Evolutiva) – A Terapia do Mentor Espiritual – Abordagem psicológica e espiritual breve, criada por mim em 2006, estou sempre aprendendo com eles e, principalmente, com os seus mentores espirituais, que são seres de profundo amor e sabedoria, responsáveis pela nossa evolução espiritual.
Desta forma, nesta terapia, considero-me um “coxo” (manco) tentando ajudar um “cego” (paciente) a atravessar a rua.
Apesar de minhas imperfeições, maus hábitos, resgates cármicos, que trago de outras existências, isso não me invalida como terapeuta de ser um facilitador da abertura de comunicação entre o meu paciente e o seu mentor espiritual, para que ele possa receber suas sábias orientações acerca da causa de seus problemas e sua resolução.
Após ter conduzido mais de 20.000 sessões de regressão e de ter presenciado inúmeros benefícios que meus pacientes conseguiram na TRE, considero-me um privilegiado, um abençoado, por estar aprendendo sempre com as lições de vida, amor e sabedoria que esses seres benfeitores passam aos meus pacientes.
Com as experiências de regressão vivenciadas por eles, aprendi também que a vida é realmente um jogo de quebra-cabeça, por conta do “véu do esquecimento” – barreira da memória que se manifesta em forma de amnésia, que nos impede de acessarmos as memórias de nossas existências passadas -, e que nos tornam ignorantes, inconscientes acerca de nós mesmos e da vida.
Por isso, o grande psicanalista C. G. Jung, discípulo de Freud, dizia: “O consciente é uma pequena ilha localizada no mar imenso do inconsciente”.
Sendo assim, somos mais inconscientes do que conscientes nessa vida terrena.
Eu me recordo que quando cursava o ensino médio (antigo colegial), na prova de filosofia, a professora pediu para que os alunos explicassem o que cada um entendia da máxima “Conhece-te a ti mesmo”, em que Sócrates (filósofo grego do séc. V a.C.) recomendava aos seus discípulos.
Resultado: tirei um zero bem redondo, pois me deu um branco, não conseguia escrever absolutamente nada nessa prova. Hoje, aos 59 anos, ainda fico em dúvida se me conheço verdadeiramente.
Perguntaram a Tales de Mileto (filósofo e matemático grego, que também viveu no séc. V a.C.) qual era a tarefa mais difícil do ser humano?
“Conhecer a si mesmo”, assim respondeu o filósofo.
De onde vim? Qual é o meu verdadeiro propósito de vida? Para onde irei após minha morte física?
São perguntas que a grande parcela das pessoas não sabe responder, por conta do véu do esquecimento que as tornam amnésicas, inconscientes acerca de seu passado e de suas vidas.
Mas, certamente, os nossos mentores espirituais sabem.
Por isso, nessa modalidade de terapia, a TRE, o mentor espiritual do paciente que conduz o processo terapêutico, pois o conhece profundamente, sabe muito bem
acerca da causa e resolução de seus problemas, bem como os aprendizados necessários, lições benéficas à sua evolução espiritual.
Como terapeuta, nessa terapia, sou um facilitador, busco auxiliar os mentores espirituais na condução do processo terapêutico, bem como abrir o canal de comunicação para que o paciente possa conversar diretamente com o seu mentor espiritual.
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Créditos: Dr.Osvaldo Shimoda
E-mail: osvaldo.shimoda@uol.com.br