Por que estamos tão deprimidos nessa época pós-moderna?
Porque estamos vivendo uma época materialista, tecnológica, consumista e sem alma.
Cada vez mais estamos aprisionados a tecnologia, ao mundo virtual e as suas futilidades.
A vida da maioria é totalmente banal, sem profundidade; as pessoas vivem no automático e pensam apenas no dinheiro, no conforto material e em projetar uma imagem positiva, sempre numa lusória felicidade…no trabalho, nas redes sociais e na comunidade.
O entretenimento vale mais do que a dignidade da pessoa humana.
Ao invés de separar as brigas entre pessoas filmamos a confusão com celulares para compartilhar depois e mostrar aos amigos, além de obter curtidas e audiência em nossos canais de divulgação às custas do sofrimento dos outros.
A violência está cada vez mais presente na mídia.
Os programas sensacionalistas das nossas tardes divulgam cada vez mais a violência e a banalizam completamente, estimulando ainda mais a própria violência.
Esses mesmos programas pedem medidas igualmente violentas contra a violência, o que apenas a alimenta, a estimula e nos torna mais e mais violentos…mais e mais superficiais em nossa análise da situação atual.
Há muitas brigas políticas, ideológicas…uns combatem com ódio estrito o comunismo, outros combatem o capitalismo…disseminam vídeos de ódio à esquerda e a direita.
Não há mais diálogo entre as pessoas…há apenas cliques, vídeos e demonstrações rasas de carinho, afeto, cuidado…
O ser humano se tornou um objeto de si mesmo e dos outros.
As pessoas usam umas as outras e cada vez menos acreditam em relacionamentos verdadeiros.
A tecnologia está cada vez mais tomando conta…e uma pessoa “avançada” é aquela que mais está na vanguarda de todas as “novidades”…que rapidamente se tornam velhas, desgastadas e ultrapassadas.
Compramos eletrodomésticos que hoje duram 1 ou 2 anos.
Antigamente as máquinas de lavar duravam 10 ou 15 anos.
Hoje em dia duram 3 anos e já estão fora de moda, ou quebram naturalmente, numa obsolescência programada que foi feita para que tudo quebre rápido e as pessoas sejam obrigadas a comprar mais e mais.
Tudo hoje em dia parece vago, impreciso, líquido, seco, sem vida, sem alma, sem graça, escurecido, desanimado, pois o ser humano está muito mais desligado de sua essência do que antigamente.
As músicas de hoje são ou sexualizadas ou violentas. As letras são estéreis e pueris.
Há pouquíssimos músicos falando de amor, de verdade, de justiça, de humanidade, de sentimentos profundos.
Há apenas ritmos grotescos, empobrecidos, sem poesia, sem uma reflexão mais profunda sobre o espírito humano.
As canções viraram um artigo de comércio, que serve quase sempre para estimular a sexualidade precoce, a violência, a ostentação, o orgulho, a vaidade e os prazeres quiméricos da vida.
Além de tudo isso, estamos cada mais mais intoxicados por químicos diversos.
Hoje em dia existe um sem número de agrotóxicos, transgênicos, aditivos, conservantes, corantes, modeladores, etc. Nossa saúde hoje não é mais preventiva, mas trata apenas de neutralizar os sintomas para deixarmos de sentir a nós mesmos e a vida.
Não estamos mais voltados ao bem estar psicológico ou espiritual. Nos tratamos com químicos pesados, fármacos que nos debilitam, não apenas para as doenças do corpo, mas também as doenças emocionais.
Ao invés de buscar uma terapia mais profunda visando o autoconhecimento, a compreensão interior que visa a transformação, as pessoas preferem um rivotril, um ansiolítico, um antidepressivo, ou qualquer pílula mágica que nos isente de sentir a nós mesmos e sentir as mensagens que nosso organismo está nos passando sobre nossos excessos e nossa inconsciência… quanto mais sedativo e entorpecedor, melhor o medicamento.
Dentro desse cenário atual, todos tem menos chance de mergulhar em seu interior e descobrir o que nosso inconsciente tenta nos revelar sobre nosso egoísmo, nossas mágoas, nosso ódio, nosso ego inflado, nosso incrível melindre em achar que todos estão sempre nos ofendendo.
Estamos tão melindrosos hoje em dia, tão sensíveis e intolerantes com tudo, que alguns têm a impressão de que estão sempre sendo ofendidos por algo ou alguém.
O ódio disseminado e aceito como natural nas redes sociais nos degrada cada vez mais.
Nossa intolerância, e o esforço imenso que fazemos para nos manter numa ilha emocional torna cada vez mais débil a nossa sensibilidade geral…
O consumismo exacerbado que tem como raiz o individualismo de nossa sociedade atual nos faz querer gozar sozinhos quase sempre, pois o outro só exite e só tem sentido quando ele nos ajuda nesse gozo…
A maioria das pessoas de hoje não buscam parceiros, companheiros, irmãos numa mesma jornada onde um ajuda o outro. Buscamos no outro o reflexo de nós mesmos…e quanto mais o outro corresponder aos nossos anseios de gozo mundano, mais desejamos ele próximo.
Fazemos das pessoas uma extensão do nosso próprio ego.
As pessoas de hoje falam sem pensar.
Elas apenas vomitam palavras de forma inconsciente e compulsiva.
Não importa se o outro está interessado no que eu digo e tampouco importa ouvir e compreender o outro…o que importa é apenas corresponder ao instinto de lançar palavras ao vento apenas pelo desejo de se expressar sem pensar, sem sentir, sem compreender o que é dito e o que ouvido.
Infelizmente, nada mais existe de profundo na vida atual, nessa era high tech de bites infinitos, de gráficos belíssimo e do interior oco e sem sentido.
(Autor: Hugo Lapa)
Grande beijo no coração
Bell-Taróloga