MÉDIUNS SENSITIVOS OU IMPRESSIONÁVEIS
164. São assim designadas às pessoas capazes de sentir a presença dos Espíritos por uma vaga impressão, uma espécie de arrepio geral que elas mesma não sabem o que seja.
Esta variedade não apresenta caráter bem definido.
Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis, de maneira que a impressionabilidade é antes uma qualidade geral do que especial: é a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras.
Difere da impressionabilidade puramente física e nervosa, com a qual não se deve confundi-la, pois há pessoas que são neuricamente e sentem mais ou menos a presença dos Espíritos, ao passo que outras muito suscetíveis absolutamente não os percebem.
Essa faculdade se desenvolve com o hábito e pode atingir uma tal sutileza que a pessoa dotada reconhece, pela sensação recebida, não só a natureza boa ou má do Espírito que se aproximou, mas também a sua individualidade como o cego reconhece, por um certo não sei que, a aproximação desta ou daquela pessoa.
Ela se torna, em relação aos Espíritos, um verdadeiro sensitivo.
Um bom Espírito produz sempre uma impressão suave e agradável; a de um mau Espírito, pelo contrário é penosa, angustiosa e desagradável; tem como que um cheiro de impureza.
3. MÉDIUNS AUDIENTES
165. São os que ouvem a voz dos Espíritos.
Como já dissemos tratar da pneumatofonia, é algumas vezes uma voz interna que se faz ouvir no foro íntimo.
De outras vezes é umas voz externa, clara e distinta como a de uma pessoa viva.
Os médiuns audientes podem assim conversar com os Espíritos.
Quando adquirem o hábito de comunicar-se com certos Espíritos, os reconhecem imediatamente pelo timbre da voz. Quando não se possui essa faculdade, pode-se também comunicar com um Espírito através de um médium audiente, que exerce o papel de intérprete.(8)
Esta faculdade é muito agradável, quando o médium só ouve Espíritos bons ou somente aqueles que ele chama. Mas não se dá o mesmo quando um Espírito mau se apega a ele, fazendo-lhe ouvir a cada minuto as coisas mais desagradáveis e algumas vezes mais inconvenientes.
É necessário então tratar de desembaraçar-se, pelos meios que indicaremos no capítulo da Obsessão.
4. MÉDIUNS FALANTES
166. Os médiuns audientes, que apenas transmitem o que ouvem, não são propriamente médiuns falantes.
Estes, na maioria das vezes, não ouvem nada.
Ao servir-se deles, os Espíritos agem sobre os órgãos vocais, como agem sobre as mãos nos médiuns escreventes.
O Espírito se serve para a comunicação dos órgãos mais flexíveis que encontra no médium.
De um empresta as mãos, de outro as cordas vocais e de um terceiro os ouvidos.
O médium falante em geral se exprime sem ter consciência do que diz, e quase sempre tratando de assuntos estranhos às suas preocupações habituais, fora de seus conhecimentos e mesmo do alcance de sua inteligência.(9)
Embora esteja perfeitamente desperto e em condições normais raramente se lembra do que disse.
Numa palavra, a voz do médium é apenas um instrumento e que o Espírito se serve e com o qual outra pessoa pode conversar com este, como o faz no caso de médium audiente.
Mas nem sempre a passividade do médium falante é assim completa.
Há os que têm intuição do que estão dizendo, no momento em que pronunciam as palavras.
Voltaremos a tratar desta variedade quando nos referimos aos médiuns intuitivos.(10)
(Allan Karde – O Livro dos Médiuns – tradução de José Herculano Pires)
Grande beijo no coração
Bell-Taróloga