Uma coisa é certa: Ninguém deve se apegar a esse mundo…
Vivemos num estado ou condição inferior de existência.
Sabemos que em todo o cosmos existem muitos planos e dimensões diferentes.
Os seres humanos do planeta Terra vivem num mundo que é ainda muito primitivo, onde os instintos são predominantemente grosseiros, onde existem emoções inferiores, como raiva, mágoa, culpa, ódio, desespero, carência, etc.
Neste mundo em que vivemos, existem muitos erros, muitas dúvidas, muita confusão…
Aqui neste mundo existe miséria, doença, vazio e morte.
Tudo aqui é instável e passageiro.
Em outras palavras, vivemos num mundo de desordem e caos.
Tudo é incerto, inseguro, inconstante, com oscilações permanentes.
São como ondas que vem e vão, onde numa hora podem nos levar à direita e outra hora nos levam à esquerda.
As pessoas desejam construir aqui sua morada definitiva, mas essa morada que elas creem ser permanente poderá ser destruída a qualquer momento, muito antes até do que elas imaginam.
Uma pessoa que hoje se arroga de ter muito dinheiro, amanhã pode perder tudo.
Ela pode mesmo viver algumas décadas bem rica, mas de repente, seu corpo de matéria retorna à matéria, sua alma se desprenderá do corpo e ela perderá todo o dinheiro que possui…e tudo o que ela tem será dado a outras pessoas.
O mundo em que estamos encarnados é um local ainda muito nebuloso.
Aqui a verdade ainda não nos é revelada diretamente.
Vemos tudo com uma lente ainda muito empoeirada, muito distorcida.
É como se estivéssemos no escuro, mergulhados numa obscuridade que afeta nossa consciência e não nos permite enxergar as coisas como elas são.
Por outro lado, esse mundo exerce uma grande influência sobre nós.
Aqui tudo é pesado, difícil, árduo, arrastado, penoso, dolorido, confuso e nebuloso.
Nos mundos mais adiantados, a matéria não exerce tanta força sobre nós.
Temos mais liberdade de ser e agir.
Mas nesse mundo físico a matéria nos pesa muito e nossos olhos espirituais ainda estão fechados.
Somos cegos para tudo, mas acreditamos que enxergamos muito bem.
Aqui os relacionamentos sempre são baseados na dúvida, na distorção, na posse e em jogos psicológicos.
Aquele que acredita nos outros é visto como bobo, otário e ingênuo.
Aqui quando as pessoas acreditam nas outras, criam expectativas e depois se frustram por não terem suas expectativas atendidas.
Assim, o mundo material nos impele a buscar apenas os prazeres carnais, a ter a posse das pessoas e a muitas vezes trata-las como objetos que devem nos servir.
Tudo isso é fruto de um egoísmo que se desenvolveu no ser humano ainda animalizado, ainda preso aos ditames da carne e da matéria densa.
Esse mundo é como uma penitenciária.
Tudo aqui acaba sendo uma prisão para os seres que o habitam.
Vivemos aprisionados às necessidades físicas de alimentação, descanso, abrigo e segurança.
Nos mundos mais elevados, não há qualquer necessidade corporal, visto que os seres não têm um corpo revestido de matéria.
Ainda existem pessoas que acreditam serem livres.
Essa ideia pode ser comparada ao presidiário que acredita ser livre porque pode caminhar por qualquer local de sua cela.
Ele se acredita livre pois consegue ser livre dentro da cela, ou seja, dentro de limites muito restritos.
Assim são os seres humanos deste mundo.
Creem em sua liberdade, mas não desconfiam que essa liberdade é extremamente reduzida.
Os seres dos planos de consciência mais sutis são apenas espírito, são almas livres e independentes e não tem as necessidades grosseiras que existem aqui.
No entanto, todos devem saber que esse mundo não é real.
Ele é uma ilusão, uma miragem, um sonho que os seres vivem e passam a acreditar que esse sonho é real.
É como uma pessoa que vivia brincando num parque, parou para descansar, sentou-se sob uma árvore e comeu um fruto que dava muito sono.
Começou então a dormir e a sonhar que estava em outro lugar.
Ele ia aos poucos criando uma realidade paralela à vida real.
Num certo momento, o sonho demorava muito e a pessoa não acordava.
A pessoa começou a acreditar que as imagens oníricas eram reais e esse sonho começou a se transformar aos poucos num pesadelo.
Sim, esse mundo em que vivemos é algo parecido com isso…
Acreditamos tão fortemente que tudo aqui é a realidade definitiva que tudo começou a se tornar um pesadelo.
Como acreditamos que só temos o que existe aqui, com poucos recursos, num mundo limitado, que nos oprime, começamos a brigar pelas migalhas dessas imagens oníricas, sem desconfiar que em breve vamos acordar desse pesadelo e que nada disso terá nos servido.
Tentar fixar aqui nossa morada é o mesmo que estar sonhando e não querer acordar do sonho, desejar viver numa realidade criada pela nossa mente desejante.
Por isso dissemos que ninguém deve se apegar a esse mundo.
Apegar-se a esse mundo seria o mesmo que caminhar por uma natureza deslumbrante, cheia de recursos, com água à vontade e muitos animais.
De repente, viajamos ao deserto e nos perdemos nessas regiões áridas e secas.
O tempo vai passando e vamos perdendo nossa memória.
Ficamos tanto tempo no deserto que esquecemos das regiões de natureza abundante que existem em outras paragens e acreditamos que o deserto é o único lugar que existe.
Da mesma forma que o homem que caiu num sonho profundo não vive nos seus sonhos, e assim como o homem no deserto não possui apenas o deserto para viver, nós também não somos daqui, mas apenas estamos aqui temporariamente.
Nós não somos do planeta Terra…
Nosso lar é o cosmos infinito.
Vamos acordar desse pesadelo e viver a verdade, voltar a viver no cosmos infinito, repleto de amor, paz e harmonia.
(Autor: Hugo Lapa)
Grande beijo no coração
Bell-Taróloga