A ansiedade é um dos principais males do nosso tempo.
Provavelmente esse sentimento se intensificou na modernidade, quando o ser humano deixou de lado o contato com a natureza e passou a desejar ganhar mais rápido, resolver tudo de uma vez, experimentar tudo a todo momento e viver nesse ritmo acelerado onde a pressa é o pivô de tudo.
Quando se pergunta a alguém como ela está, muitas vezes ouvimos essa resposta “Estou na correria”.
A vida moderna parece ter se tornado bastante avessa a calma, a tranquilidade e a paz.
Muitas pessoas buscam a paz em suas vidas, mas não deixam de viver sempre com pressa, sempre correndo, lutando sempre contra o relógio, num ritmo alucinante e turbulento.
Mal elas sabem que se tivessem mais calma, se olhassem para as coisas com mais tranquilidade, se não perdessem tanto tempo com futilidades como televisão, bares, cerveja, shoppings, consumismo, jogar conversa fora, etc, e se dedicassem ao que realmente importa, elas não precisariam ter tanta pressa, não sentiriam tanta ansiedade, não seria tão infelizes e insatisfeitas.
Elas veriam mais sentido em suas vidas e teriam a paz que tanto buscam nos lugares mais errados possíveis.
Tudo isso promove e alimenta um mal humano chamado ansiedade. Uma forma de amenizar a ansiedade e o desespero é a pessoa refletir e meditar profundamente em descobrir uma coisa simples: o que eu quero na vida?
O que eu espero daqui para frente?
Qual meu maior objetivo?
Estou correndo tanto com qual motivo? Estou indo para onde, fazer o que?
Na primeira hipótese, a aflição, a ansiedade e o desespero nos vem quando sentimos que precisamos fazer algo e esse algo não chega…
Numa segunda hipótese, esses sentimentos nos vem quando desejamos fugir de algo que existe em nosso presente.
Por isso é essencial descobrir para onde estamos indo, qual nosso objetivo, o que nos aguarda mais pra frente?
Em outras palavras, a pessoa precisa descobrir por que está correndo tanto e para onde essa correria vai leva-la. Na maior parte dos casos, a correria, a pressa, a ansiedade não nos leva a lugar nenhum.
Muitas vezes nos leva a uma cama de hospital, outras vezes nos leva a total insatisfação; outras vezes nos leva a depressão e ao suicídio, e em outras ocasiões aprofunda nossos desespero, nossa carência e nosso vazio.
De outra forma, a pessoa precisa refletir, olhar para si mesma e tentar descobrir o que ela está querendo evitar.
Estou tentando fugir de que?
Quero me livrar de qual sentimento?
Acredito que no futuro esse sentimento vai sumir?
Não quero olhar para qual aspecto dentro de mim mesmo?
Quero resolver alguma emoção a todo custo: que emoção é essa que tanto me faz correr, que tanto me dá agonia e que tanto me faz querer chegar logo a um estado futuro onde ela não exista?
Em outras palavras, do que eu fujo dentro de mim mesmo?
Nesse sentido, a ansiedade nada mais é do que uma necessidade de sair de si mesmo e buscar um estado ideal sem os sofrimentos do presente…
É necessário tentar descobrir essas duas coisas e quando se descobrir, procure entender que quanto mais ansioso você ficar, mais isso vai atrasar seu caminho…
Isso ocorre por um motivo muito simples: quanto mais desejamos sair do presente e viver numa condição ideal de futuro, mais deixamos de construir no presente as bases daquilo que seria nosso futuro…e dessa forma, não saímos do lugar.
Hoje em dia o ser humano não ouve mais o vento passando pelas folhas, não observa mais o fluir de um rio, não contempla o voo de um pássaro, não senta sob uma árvore, não permite que a brisa refresque seu rosto.
Ao contrário, o ser humano está sempre lutando contra a natureza e contra sua própria natureza.
A pressa nada mais é do que uma luta constante contra o momento presente, que é justamente onde você vive sua vida. Ninguém vive a vida no futuro, mas sim no presente.
Quem vive com pressa, não vive o presente, não sente a si mesmo, está sempre fugindo, sempre evitando, sempre tenso, sempre forçando alguma coisa, ao invés de deixar tudo fluir.
Por isso, quem vive na pressa pela expectativa de algo que vai acontecer simplesmente não vive, e depois reclama que perdeu a sua vida.
É muito importante que guardemos momentos sem fazer absolutamente nada.
Um tempo de ócio é essencial para uma higiene mental e emocional.
Entre em teu quarto, feche a porta e diga que não quer ser incomodado por ninguém.
Depois, fique sentado pensando, apenas consigo mesmo.
Fique assim pelo tempo que quiser.
Não veja o tempo passar…
Não se preocupe com o que pode estar acontecendo no mundo lá fora.
Deixe de lado todas as preocupações e não deseje saber o que pode acontecer depois.
Apenas fique quieto, consigo mesmo, num momento de total tranquilidade, sentindo o momento presente.
Fique nessa condição sem esperar absolutamente nada, apenas fique parado e deixe tudo fluir.
Da mesma forma que o corpo precisa descansar, nossa mente e emoções também precisam de um momento de descanso, de tranquilidade, sem qualquer expectativa, onde nada acontece, nada existe…nada tira nosso estado de quietude.
Faça isso sem pensar em nenhum resultado, apenas deixe estar…
(Autor: Hugo Lapa)
Grande beijo no coração
Bell-Taróloga