Vamos saber um pouco sobre o Orixá Oxalá e seu sincretismo religioso – Senhor do Bonfim.
Salve meu Pai Oxalá.
Senhor do branco, pai da luz.
Senhor absoluto do universo, toda criação te saúda: êpa babá.
Pai da misericórdia.
Daí-me, Oxalá, meu Senhor, faz minha casa feliz e daí-me as bênçãos da prosperidade.
Obrigado meu Deus, meu Senhor, meu Pai.
ÊPA BABÁ!
Oxalá é uma palavra da língua portuguesa, que tem origem na expressão árabe “in shaa Allaah”, cujo significado é “se Deus quiser”, que é utilizada como interjeição para expressar o desejo que algo aconteça.
É sinónimo de “tomara” ou “queira Deus”.
Oxalá na Umbanda
Oxalá, Orixalá, Orixaguinã, Gunocô ou Obatalá4 é o orixá associado à criação do mundo e da espécie humana.
Apresenta-se de várias maneiras (qualidades) sendo as duas principais qualidades: a forma jovem, em que Oxalá é chamado de Oxaguiã e seus símbolos são uma idá (espada), um pilão de metal branco e um escudo.
Na sua forma idosa, Oxalá é chamado Oxalufã e seu símbolo é um cajado de metal chamado opaxorô.
A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul no candomblé e somente branco no batuque do RGS; a de Oxalufam é somente branco de gossa em ambos.
O dia consagrado para oxalá moço é a sexta-feira e o domingo para oxalá velho e oxalá de orumilaia.
Sua saudação é èpao, èpa bàbá!
Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os orixás do panteão africano.
Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana.
Oxalá significa luz (oxa) branca (alá);
É calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os orixás e todas as nações.
A Oxalá pertencem os olhos que veem tudo.
Etimologia
“Oxalufã”, “Oxaguiã” e “Obatalá” são termos procedentes da língua iorubá.
Não confundir com o homônimo oxalá , palavra da língua portuguesa utilizada como interjeição para expressar o desejo que algo aconteça.
É sinônimo de “tomara” ou “queira Deus”.
Esta palavra tem origem na expressão árabe in shaa Allaah, cujo significado é “se Deus quiser”.
Em espanhol teve desenvolvimento semelhante e deu origem à palavra ojalá, exatamente com o mesmo significado de oxalá em português.
Arquétipo
As pessoas de Oxalá são calmas, responsáveis, reservadas e de muita confiança.
Rejeitam a violência em todas as suas formas.
Seus ideais são levados até o fim, mesmo que todas as pessoas sejam contrárias a suas opiniões e projetos.
Gostam de dominar e liderar as pessoas.
São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho.
Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.
Perdoam facilmente, sabem ver que sentimentos negativos só atrasam.
Sabem conquistar com seu jeitinho elegante e sincero.
São calmos e dóceis, andam com a postura reta, que representa sua natural elegância.
Tem gostos caros e apreciam um bom vinho.
São extremamente teimosos e orgulhosos.
Porém gostam muito de trabalhar e ajudar os necessitados, são muitas vezes defensores dos injustiçados, dos fracos e dos oprimidos.
Pensam muito, e avaliam metodicamente cada situação, quando desanimam, não há o que os faça voltar atrás.
São excelentes pais de família e líderes natos.
Lenda: Oxalá e o saco da criação
Olodumaré entregou a Oxalá o saco da criação para que ele criasse o mundo.
Essa missão, porém, não lhe dava o direito de deixar de cumprir algumas obrigações para outros Orixás e Exu, aos quais ele deveria fazer alguns sacrifícios e oferendas.
Oxalá pôs-se a caminho apoiado em um grande cajado, o Paxorô.
No momento em que deveria ultrapassar a porta do Orun, encontrou-se com Exu que, descontente porque Oxalá se negara a fazer suas oferendas, resolveu vingar-se, e provocou-lhe uma sede intensa.
Oxalá não teve outro recurso senão o de furar a casca de um tronco de um dendezeiro para saciar sua sede.
Era o vinho de palma, também conhecido como emu e oguro, o qual Oxalá bebeu intensamente.
Bêbado, não sabia onde estava e caiu adormecido.
Apareceu, então, Olófin Odùduà, que, vendo o grande orixá adormecido, roubou-lhe o saco da criação e, em seguida, foi à procura de Olodumaré para mostrar o que achara e contar em que estado Oxalá se encontrava.
Olodumaré disse, então, que “se ele está neste estado, vá você a Odùduà, vá você criar o mundo”.
Odùduà foi, então, em busca da criação e encontrou um universo de água, e aí deixou cair do saco o que estava dentro.
Era terra.
Formou-se então um montinho que ultrapassou a superfície das águas.
Assentamentos de Oxaguian e Oxalufan no candomblé do Ile Ase Ijino Ilu Orossi
Então ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco garras.
Ela começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície da água; onde ciscava, cobria a água, e a terra foi alargando cada vez mais, o que em yoruba se diz Ile’nfê, expressão que deu origem ao nome da cidade Ilê-Ifê.
Odùduà ali se estabeleceu, seguido pelos outros orixás, e tornou-se, assim, rei da terra.
Quando Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da criação.
Despeitado, procurou Olodumaré, que por sua vez proibiu-o, como castigo a Oxalá e toda sua família, de beber vinho de palma e de usar azeite de dendê.
Mas como consolo lhe deu a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos nos quais ele, Olodumaré insuflaria a vida.
Lenda: A viagem de Oxalufan
Um dia Oxalufam, que vivia com seu filho Oxaguiam, velho e curvado por sua idade avançada, resolveu viajar a Oyo em visita a Xangô, seu outro filho.
Foi consultar um babalaô para saber acerca da viagem.
O adivinho recomendou-lhe não seguir viagem.
Ela seria desastrosa e acabaria mal. Mesmo assim, Oxalufam, por teimosia, resolveu não renunciar à sua decisão.
O adivinho aconselhou-o, então, a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa ou sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho e não reclamar de nada, acontecesse o que acontecesse.
Seria uma forma de não perder a vida.
Em sua caminhada, Oxalufam encontrou Exu três vezes.
Três vezes Exu solicitou ajuda ao velho rei para carregar seu fardo, que acabava derrubando em cima de Oxalufam. Três vezes Oxalufam ajudou Exu, carregando seus fardos imundos.
E, por três vezes, Exu fez Oxalufam sujar-se de sal, azeite de dendê e carvão.
Três vezes suportou calado as armadilhas de Exu.
Três vezes foi Oxalufam ao rio mais próximo lavar-se e trocar suas vestes.
Finalmente chegou a Oió.
Na entrada da cidade, viu um cavalo perdido, que ele reconheceu como o cavalo que havia presenteado a Xangô.
Tentou amansar o animal para amarrá-lo e devolvê-lo ao filho.
Mas, neste momento, chegaram alguns súditos do rei à procura do animal perdido.
Viram Oxalufam com o cavalo e pensaram tratar-se do ladrão do animal.
Maltrataram-no e prenderam-no.
Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro.
Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do Senhor da Justiça, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda seca.
As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o reino.
Xangô, desesperado, procurou um babalaô, que consultou Ifá, descobrindo que um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por um crime que não cometera.
Xangô correu para a prisão.
Para seu espanto, o velho prisioneiro era seu pai Oxalufam.
Xangô ordenou que trouxessem água do rio para lavar o rei.
O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco, e que todos permanecessem em silêncio, pois era preciso, respeitosamente, pedir perdão a Oxalufam.
Xangô vestiu-se também de branco e encarregou Airá de carregar o velho rei nas costas.
Levou-o para as festas em sua homenagem e todo o povo saudava Oxalá e Xangô.
Depois Oxalufam voltou para casa levado por Airá e, quando chegou seu filho, Oxaguiam ofereceu um grande banquete em celebração pelo retorno do pai.
África
Obatalá, Osala, Osalufon, Osagiyan e Osa-Popo, todos eles denominados Òrìsà funfun (branco), devido à cor que os simboliza, a branca. Obatalá e Odudua são associados de diversas maneiras nos mitos da criação.
Bàbá Epe
Orixa Oko
Lejúgbè
Ajàgúnán
Òsàfuru
Elémòsó
AkajaPriku
Òsàìgbò
Indako
Bàbá Talabí
Bàbá Àjàlé
Orixa-Nlá
Obatalá
Odudua
Oxalufan
Oxaguian
Orixá okô
Brasil
Oxalá, Obatalá, Orixalá, Orixa-Nlá.
Oxalá é um nome genérico de vários Òrìxá funfun (branco), como são chamados diversos Orixás africanos no Brasil relacionados à cor branca e à criação do mundo.
Os filhos de Oxalá têm algumas restrições (ewo, quizila):
De acordo com as lendas, Oxalá embriagou-se várias vezes com vinho de palma, fato que tornou a bebida alcoólica uma das restrições.
Por causa de outra lenda, em que Exú suja suas roupas brancas por três vezes com sal, azeite de dendê e carvão, estes elementos também se tornaram restrição aos filhos de Oxalá.
Nenhuma comida de Oxalá leva sal ou dendê. Um filho de Oxalá jamais deverá usar roupas pretas ou vermelhas, por serem essas as cores de Exu.
Também em função das lendas, o dia de Oxalá é a sexta-feira.
No candomblé, tanto no Brasil quanto em outros países, todos os iniciados e frequentadores costumam vestir-se de branco em homenagem a Oxalá.
Os filhos de Oxalá não comem comida de sal e muitos adotaram não comer carne na sexta-feira (somente peixe).
Contudo, também se acredita que esse costume tenha relação com a Igreja Católica e o sincretismo de Oxalá com o Senhor do Bonfim na Bahia, costume também adotado pelos restaurantes em que nas sextas-feiras servem a pescada branca com molho de camarão.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Prece a Oxalá
Oxalá!
Divina manifestação do Bem, Senhor da perfeita Sabedoria e do Bonito Amor,
Ó! Vós que recebi o poder do supremo Doador para tudo e todos.
Protegei-nos das ciladas ilusórias do mundo enganador.
Despertai-nos para a realidade da vida imortal.
Sois a imaculada irradiação do Altíssimo,vosso nome é só mavioso e compassivo, que nos guia; com ternura e esperança, para a Aruanda – Cidade de Luz.
Afogados em sentimentos inferiores, rogamos contritos pela salvação da nossa consciência.
Junto a Vós, trilharemos por caminhos iluminados, porque sois a divina pureza, acolhedora e misericordiosa.
Santo Nome envolva-nos em sentimentos fraternos de real amor, a fim de chegarmos até Vós.
Oxalá!
Tende pena de nós, tende compaixão…
Êpa, êpa, Babá Oxalá!
Prece a Oxalá
Ó poderoso Pai Oxalá o maior dos Orixás, aspiração suprema dos desejos dos nossos corações, caminhamos até a sua claridade, clareando todos os nossos passos no amanhecer de cada dia.
Que a luz, a eterna luz que o Senhor derramou e derrama todos os dias, cubra a cabeça daqueles que a ti estão ligados numa corrente de fé e num só pensamento elevamos as nossas preces.
Oxalá nosso Pai daí-nos a graça de chorarmos sinceramente nossas faltas cometidas, e com espírito de humildade, nos purificarmos através da fé e da caridade.
Que nós consigamos limpa a morada dos nossos corações, desterrando tudo que é mundano, vicio ódio e maldade, na certeza de que com toda esta humildade alcançaremos o Senhor.
Pai Oxalá sabeis que a razão humana é fraca e pode enganar-nos, mas a verdadeira fé não pode ser enganada.
Obrigado Pai Oxalá por tudo que o Senhor nos deu e nos dá.
Esperamos todos unidos, que o Senhor nos escolha para sermos mais alguns dos vasos íntimos amigos.
Senhor do Bonfim – Sincretismo religioso
Em Salvador-Bahia a Lavagem do Bonfim, uma História que vai muito além da festa
Mistura bem dosada do sagrado e do profano, a Lavagem do Bonfim é uma tradição de exatos 240 anos que se transformou na maior manifestação popular da Bahia, depois do Carnaval.
As origens dessa tradição, com toques de relato histórico e mitologia, confundem-se com as origens do próprio sincretismo religioso afro-brasileiro e compõem uma bela história que nem todos os baianos conhecem.
No distante ano de 1745, um oficial da Armada Portuguesa chamado Teodósio Rodrigues de Farias trouxe de Lisboa para Salvador, então capital do Brasil, uma grande imagem do Senhor do Bonfim, recebida em júbilo pelos baianos e levada para a Igreja da Penha, em Itapagipe, onde ficou até 1954, quando foi transferida em procissão para a sua própria igreja, na Colina Sagrada.
Relatos de milagres tornaram o Senhor do Bonfim alvo da devoção popular e centro de peregrinação.
Tinha início, assim, a Festa do Bonfim, celebração católica que ocorre no mês de janeiro, no segundo domingo depois do Dia de Reis, ao fim da novena dedicada ao padroeiro dos baianos.
Mas, a história da Lavagem do Bonfim, que não deve ser confundida com a festa católica, só surgiu alguns anos mais tarde, em 1773, quando os senhores portugueses da Irmandade dos Devotos Leigos do Senhor do Bonfim obrigaram seus escravos a lavarem a igreja para a festa, o que passou a ser feito todos os anos, sempre na quinta-feira anterior ao domingo que encerra a novena.
O Senhor do Bonfim logo passou a ser identificado com Oxalá pelos escravos e essa é uma das mais belas histórias do sincretismo religioso baiano.
Os escravos eram obrigados pelos senhores a aderir ao catolicismo e para manter suas crenças e tradições, passaram a associar as divindades cristãs com entidades do candomblé.
Conta a mitologia dos deuses africanos que Oxalá, pai dos Orixás, encarregado por Olodumaré de criar o universo e todos os seres, um dia resolveu viajar a Óyá para visitar seu filho Xangô, por quem tinha sido presenteado com um belo cavalo branco.
Consultado, Bàbáláwò, o guardião dos segredos, desaconselhou a viagem.
Mas, Oxalá foi assim mesmo.
No caminho, encontrou três vezes com Exu, que, com suas brincadeiras, sujou Oxalá com azeite de dendê e carvão.
Os soldados de Xangô, vendo Oxalá sujo e no cavalo branco do seu comandante, julgaram que o animal havia sido roubado, agrediram e prenderam Oxalá por sete anos.
Quando Xangô soube, puniu seus soldados e mandou buscar Oxalá, sujo e ferido, para que fosse banhado com águas para purifica-lo.
Isso deu origem à secular festa dos terreiros nagôs e iorubás da África, chamada Águas de Oxalá, que é um ato de respeito e um pedido de perdão pelas injustiças de que foi vítima Oxalá no reino do seu filho Xangô.
Para os escravos baianos, essa obrigação anual de lavar a igreja para a Festa do Bonfim lembrou a festa das Águas de Oxalá.
Por isso, os escravos passaram a identificar Oxalá com o Senhor do Bonfim.
As duas festas existem até os dias atuais.
A Lavagem do Bonfim, que virou a imensa e tradicional festa popular que é hoje, e a Festa das Águas de Oxalá, mais restrita ao culto afro, realizada no Ilê Axé Opó Afonjá e em outros terreiros de Salvador, na última quinta-feira de setembro.
Fonte:Texto do Site de ACM Neto
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