A coruja-orelhuda é um Strigiforme da família Strigidae.
Conhecida também como coruja-gato (Pernambuco), coruja-listrada e mocho-orelhudo.
França: Hibou Strié
Alemanha: Schreieule
Espanha: Búho Gritón
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (latim) asio = tipo de coruja orelhuda; e do (latim) clamare, clamator = gritador, aquele que grita. ⇒ Coruja orelhuda gritadora.
Primeira descrição: Bubo clamator – Vieillot – 1807 – Localidade: Cayene
Características
Coruja de tamanho médio, medindo de 34 a 42 cm (macho) e de 34 a 40 cm (fêmea).
O macho pesa de 335 a 553 gramas e a fêmea de 390 a 563 gramas.
A asa mede de 228 a 294 milímetros e a cauda de 127 a 165 milímetros.
As partes superiores são bege, marrom e canela apresentando estrias pretas.
Na cabeça, a coroa e a nuca são marrons apresentando listras e manchas.
No alto da cabeça, sobre os olhos apresentam penas proeminentes de coloração castanho escura e preta que se assemelham na aparência a orelhas.
Os lores e uma listra sobre cada órbita ocular são brancas ou esbranquiçadas, com uma borda escura distinta.
O disco facial é esbranquiçado, com borda preta bem visível.
As penas de voo e da cauda apresentam barrado marrom escuro.
As asas são curtas e a cauda é longa.
Nas partes inferiores, a garganta é branca, o peito e a barriga são branco sujos ou bege, com estrias largas de coloração preta.
As penas subcaudais são esbranquiçadas apresentando fino barrado escuro.
A parte inferior da asa é pálida e apresentam uma conspícua mancha escura no carpo.
As penas primárias exteriores mostram barras largas, escuras e transversais de coloração marrom.
O bico em forma de gancho é curto, estreito e de coloração cinza escuro quase preto.
Os olhos são marrom escuros.
Os tarsos e pés são emplumados e a coloração da pele dos pés é cinza escuro.
Suas garras são pretas.
Ambos os sexos são semelhantes, sendo que a fêmea é ligeiramente maior do que os indivíduos do sexo masculino.
O juvenil assemelha-se aos adultos, sendo sua coloração ligeiramente mais acinzentada e seu disco facial é mais acanelado.
Voz: Repertório variado, incluindo um grito muito agudo “píííuu” com modulação ascendente/descendente emitido em intervalosregulares de até 20 segundos; gritos “áut-áut-áut…”, semelhantes a latidos agudos emitidos a intervalos curtos; grito queixoso, lamurioso “uoow…”.
Subespécies
Possui quatro subespécies:
Asio clamator clamator (Vieillot, 1808) – ocorre da Colômbia até a Venezuela, Leste do Peru e região central do Brasil;
Asio clamator forbesi (Lowery & Dalquest, 1951) – ocorre da região tropical Sul do México até o Panamá.
Asio clamator oberi (E. H. Kelso, 1936) – ocorre nas Ilhas de Trinidad e Tobago no Caribe;
Asio clamator midas (Schlegel, 1862) – ocorre do Leste da Bolívia até o Paraguai, Sul do Brasil, Uruguai e Norte da Argentina.
Alimentação
Alimenta-se de ratos (inclusive dos maiores), morcegos, anfíbios, répteis, insetos grandes e aves.
O grande comprimento das garras sugere que preda animais grandes (mais de 200 g) em relação ao seu tamanho.
Reprodução
Período reprodutivo, de agosto a março (na América do Sul).
Faz ninho no chão forrado com poucas gramíneas secas e oculta em meio ao capim, entre ramos e troncos secos, e em ocos de árvore.
Uma das poucas corujas que aparentam a intenção de construir um ninho.
Põe de 2-4 ovos (normalmente 3), que são chocados por 33 dias.
A fêmea praticamente não sai do ninho durante a incubação, sendo alimentada pelo macho.
Filhotes são capazes de voar entre o 37º e o 46º dia de vida. Aos 130-140 dias de vida os jovens são expulsos do território pelos pais.
Frequentemente apenas um filhote é criado.
Hábitos
Ativa principalmente à noite e no crepúsculo, embora também possa caçar de dia no período reprodutivo.
Caça voando baixo e mergulhando sobre a presa ou partindo de um poleiro para capturar a presa no substrato.
Pousa em galhos de árvores e arbustos, bem como em mourões de cerca, sinais de trânsito e cabos de eletricidade ou telefônicos.
O poleiro diurno pode ser abrigado em meio à folhagem densa de árvores e arbustos ou entre a vegetação no solo. Frequentemente usa palmeiras para o repouso diurno.
Considerada uma espécie generalista, que ocupa tanto ambientes de mata quanto áreas abertas ou em estágios iniciais de crescimento secundário.
Ocorre em matas tropicais, bordas de mata, matas ciliares, caatinga, cerrados, áreas alagadas, campos de cultivo, clareiras com vegetação herbácea, manchas de mata, e áreas urbanas como o Rio de Janeiro. Aparentemente se beneficia da interferência humana na paisagem.
Distribuição Geográfica
Encontrada em todo o território brasileiro.
Encontrada também no sul do México, América Central e América do Sul da Venezuela à Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Do nível do mar até 2000 m de altitude.
Fonte: WIKI AVES
Referências
Portal Brasil 500 Pássaros
Marigo, Luiz Claudio. A fantástica mata atlântica. n. 17.
Konig, Claus & Weick, Friedhelm – “Owls of the World”, 2a edição – 2008 – Christopher Helm – Londres – páginas 482, 483 e 484
Wikipédia – A enciclopédia livre 2014.
Portal Aves de Rapina Brasil
CLEMENTS, J. F.; The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2005.
SILVA, J., RIBENBOIM, L. C. da C., SANTOS, N. Corujas do Brasil. Taubaté, SP: Dica de Turismo Publicações, 2017.