Não anda fácil a vida do consumidor que escolher fazer as suas compras através de lojas online no Brasil.
Além de ter que lidar com as eventuais greves e aumento de preços no serviço postal, agora vai ser preciso recorrer a outras soluções para garantir que a sua encomenda chegue em casa.
Isso porque, na última quarta-feira (14), às vésperas do feriado, os Correios decidiram encerrar oficialmente a modalidade e-Sedex em todo o país.
Os Correios anunciaram que estão descontinuando os serviços do e-Sedex — uma modalidade de transporte de valores que era exclusiva para pequenas e médias lojas especializadas em comércio eletrônico.
De acordo com a própria instituição, não vai haver qualquer tipo de renegociação ou formalização dos contratos antigos; sendo efetivamente descontinuada toda a oferta do serviço.
Quem já tem contratos assinados vai continuar utilizando o e-Sedex até dia 31 de dezembro, mas processos em abertura serão cancelados automaticamente.
Para o jornal O Globo, Guilherme Campos Junior (presidente dos Correios) disse que a ação foi necessária para sanear a empresa.
Segundo ele, o e-Sedex tem preço de pacotes simples e qualidade de Sedex, o que estaria sendo muito custoso para a empresa.
Descontentamento
É claro que outras empresas não ficaram contentes.
A Associação Brasileira de Franquias Postais (Abrapost) afirma que o e-Sedex responde por 30% do faturamento das lojas e cortar isso pode ser péssimo para o mercado.
A Associação defende que seria importante um reajuste, mas não o cancelamento total do serviço.
Com o fim do e-Sedex, os fretes de compras feitas em lojas online devem ficar mais caras a partir do ano que vem. Como sempre, quem paga isso é o próprio consumidor.
De acordo com um documento divulgado pelo site e-Commerce Brasil, o órgão enviou um comunicado a todas as suas agências para que o serviço fosse descontinuado a partir da próxima segunda-feira (19).
Na prática, isso faz com que o serviço dedicado especificamente ao comércio eletrônico brasileiro não aceite nenhum envio desse tipo a partir da data marcada, finalizando também qualquer contrato desse tipo feito com lojas nacionais e fechando as portas para que esses acordos sejam renovados.
Isso não é exatamente uma surpresa para quem acompanha essa novela desde o início.
Em novembro de 2016 os Correios já haviam anunciado que o e-Sedex seria finalizado, mas uma ação movida pela Associação Brasileira de Franquias Postais (Abrapost) acabou postergando esse término e obrigando judicialmente a ECT a continuar prestando esse serviço.
Na época, os Correios alegavam que a extinção da modalidade era uma forma de conter a crise e reduzir custo internos de operação, visto que o e-Sedex trabalhava com logística de Sedex e preço de encomendas comuns – com maior prazo.
Com a mudança em definitivo, é claro que haverá um impacto nas operações do e-commerce brasileiro como um todo, já que muitas das lojas virtuais tinham a modalidade como uma de suas principais e mais econômicas formas de envio de produtos.
Enquanto muitas das grandes grifes do comércio eletrônico nacional já se preparavam para isso desde o ano passado e firmaram parcerias com transportadoras e outros serviços de entrega, o restante das marcas vai precisar optar rapidamente por Sedex ou PAC para pedidos a serem enviado a partir do próximo dia 19.
Seja como for, é certo que a medida vai ser sentida no seu bolso, já que o repasse desse tipo de mudança logística é quase sempre repassado para o consumidor final.
Confira abaixo o texto enviado pelos Correios para que seus funcionários comuniquem a decisão aos clientes.
“Em virtude da aprovação da nova Política Comercial pelo Conselho de Administração dos Correios, informamos que o serviço e-SEDEX será descontinuado a partir de 19/06/2017.
Portanto, todas as postagens deverão ser realizadas nos códigos de SEDEX ou PAC ativos no contrato.
Acrescentamos que as pré-listas de postagem (PLP) e e-tickets (autorizações de postagem para logística reversa) geradas e não utilizadas até o dia 18/06/2017 terão os códigos de e-SEDEX substituídos pelo código SEDEX.
Caso não seja do seu interesse a postagem com SEDEX, será necessário gerar nova PLP ou autorização de postagem com código de serviço PAC.
Para mais informações, entre em contato com seu representante comercial.”
Claro que haverá um impacto nas operações do e-commerce brasileiro.
Fonte: TecMundo