A jovem foi presa na última sexta-feira (9/2), junto do marido, Oziel Gomes da Silva, 48.
Em trabalho de parto, ela foi levada ao Hospital Municipal Inácio Proença de Gouveia, no domingo, quando deu à luz.
A criança, identificada como Enrico, foi mantida no departamento policial após a mãe, Jéssica Monteiro, de 24 anos, ser detida com 90 gramas de maconha.
A Jovem ficou com o filho de três dias detida em uma cela de 2 metros quadrados na carceragem do 8º DP (Brás), zona leste de São Paulo.
Essas informações são do advogado Ariel de Castro Alves, membro da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos).
Segundo o advogado, a mulher foi detida no último sábado (10).
No dia seguinte, ela iniciou trabalho de parto dentro da carceragem e foi encaminhada para o hospital.
“É uma carceragem para presos do sexo masculino, ex-policiais, agentes penitenciários, seguranças.
Por mais que os policiais tenham se esforçado para garantirem condições adequadas de alimentação e higiene, o ambiente da carceragem é precário”, disse o advogado.
Ela ficou separada dos demais presos, recebendo água morna para limpar o bebê.
O delegado responsável pela prisão da jovem, José Willy Giaconi Júnior, fez um pedido à Justiça para levar a mãe e o filho para a penitenciária feminina do estado de São Paulo, onde haveria melhores condições à mãe, que segue em período de resguardo, e para o bebê, que ainda tem a imunidade baixa, devido ao pouco tempo de vida.
Na última terça-feira (13/2), a mulher foi obrigada a voltar para a cela da unidade policial, por decisão do juiz Claudio Salvetti D’angelo, da Justiça paulista, onde ficou até as 18h desta quarta-feira (14/2), quando foi transferida à Penitenciária Feminina de São Paulo.
Ainda de acordo com Alves, este é o segundo filho da mulher — tem outro menino de três anos.
Ele ainda destaca que a jovem nunca havia sido presa e afirma que ela portava 90 gramas de maconha.
O registro feito na Polícia Civil aponta que a jovem foi detida com quatro invólucros de maconha escondidos no sutiã e outros 23 invólucros ela teria jogado próximo a entrada da casa onde mora.
Ela teria afirmado para o membro do Condepe que não é traficante nem usuária.
Para Alves, as condições da jovem daria “direito a prisão domiciliar e a responder pelo crime em liberdade provisória”.
Na audiência de custódia realizada no Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste), no domingo (11), o juiz Cláudio Salvetti D’Angelo converteu a prisão em preventiva.
Para o juiz, a prisão da jovem foi necessária para “garantia da ordem pública”, e que ela é “dotada de acentuada periculosidade”.
A jovem não participou da audiência porque estava hospitalizada para ganhar o bebê.
Mulher e recém-nascido foram transferido para penitenciária feminina de Santana no final da tarde desta quarta-feira.
De acordo com Alves, a mulher foi transferida, por volta das 17h30, para a Penitenciária Feminina de Santana (zona norte de São Paulo).
A unidade conta com berçário.
“Nós conseguimos, junto à secretaria de administração penitenciária, na Justiça, uma vaga em um hospital penitenciário com mais condições de manter uma criança com apenas 2 dias de vida”, declarou.
Ela ficará no setor destinado a mães que estão amamentando.
O advogado da jovem também fez pedido de relaxamento da prisão ou prisão domiciliar, o que também foi negado pela Justiça.
Quem negou a solicitação da defesa foi a promotora Ana Laura Ribeiro Teixeira Martins, que também está grávida.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) afirmou que “após o retorno da presa Jéssica Monteiro à carceragem do 8ºDP, seu processo de transferência foi iniciado, sendo concluído nesta quarta-feira (14).
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) esclarece que a detenta está no Pavilhão Materno Infantil da Penitenciária Feminina da Capital, que conta com atendimento especializado para recém-nascidos e bebês que estão em período de aleitamento materno”.
Fonte: Internet